Advogados querem prisão de Zambelli por portar arma na véspera da eleição; Psol vai pedir cassação da deputada

O grupo Prerrogativas, que reúne juristas ligados ao PT, vai pedir a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), aliada de Jair Bolsonaro, por portar arma a menos de 24 horas das eleições. Neste sábado (29), a parlamentar apontou uma pistola a um homem que ela diz ser apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva em um bar nos Jardins, região Central de São Paulo. A deputada Sâmia Bonfim, do Psol, informou que o partido vai pedir a cassação da deputada. Nas redes, militantes ligam ação com racismo.

“Ela envergonha o mandato parlamentar que a população de São Paulo lhe conferiu. Tem que responder por crime eleitoral, já que proíbe o transporte de armas 24 horas antes da eleição e 24 horas depois. Também deverá responder por quebra de decoro parlamentar na Comissão de Ética da Câmara”, diz o coordenador do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho.

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Uma resolução da Justiça Eleitoral proíbe “o transporte de armas e munições, em todo o território nacional, por parte de colecionadores, atiradores e caçadores no dia das Eleições, nas 24 horas que o antecedem e nas 24 horas que o sucedem”.

A deputada federal pelo Pasol Sâmia Bonfim informou nas redes sociais que o partido pedirá a cassação de Zambelli:

Entenda o caso

Deputada Carla Zambelli saca arma e corre atrás de homem em SP; dois vídeos circulam na internet com versões diferentes do fato

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) sacou uma arma e correu por ruas dos Jardins, na região central de São Paulo, neste sábado (29). Dois vídeos circulam nas redes sociais: um deles mostra Zambelli encurralando um homem negro em um bar. A deputada postou uma declaração nas redes sociais alegando ter sido atacada e jogada no chão. Porém, outro vídeo mostra que ela caiu. Veja as duas versões.

O dono do bar Flor de Lima, onde Zambelli entrou armada perseguindo o homem que supostamente a xingou, disse que ela só guardou a arma após um homem que a acompanhava pedir. Segundo Wilton Martins, outros clientes também fizeram o apelo. A parlamentar atendeu aos apelos após obrigar o apoiador de Lula a se deitar e dizer a ele que precisava ter respeito.

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O local onde o incidente ocorreu fica a cerca de 1,5 km do MASP, onde horas antes houve a concentração para a caminhada de Lula. Zambelli vestia uma camisa em que se podia ler “mulheres com Bolsonaro e Tarcísio”.

Racismo?

Em vídeo postado no Instagram de Zambelli, a deputada diz que “eles usaram um negro para vir em cima de mim”, referindo-se ao homem que fez um xingamento contra ele e que virou alvo de perseguição armada por ruas da capital paulista. . Nas redes, a palavra racismo aparece em posts sobre a ação de Carla Zambelli:

Investigação da polícia

Investigadores da Polícia Civil de São Paulo buscam identificar o homem perseguido pelos grupos de pessoas que estava com a parlamentar. Por enquanto, os policiais investigam a hipóteses de terem ocorrido os seguintes crimes: porte ilegal de arma, lesão corporal e disparo de arma de fogo.

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Neste último caso, os policiais afirmam que dependerá da análise da direção do disparo para saber se um crime mais grave – tentativa de homicídio – ocorreu. Será a análise do vídeo com a direção do disparo que mostrará qual a intenção do homem que atirou em direção à pessoa perseguida por Zambelli e por seu grupo nos Jardins.

O caso será registrado no 4.º Distrito Policial de São Paulo. A ideia dos policiais é fazer um boletim de ocorrência para uma posterior abertura de inquérito policial a fim de ouvir testemunhas e as partes envolvidas no caso sobre o fato. Os vídeos devem ser enviados para a perícia.

Com Estadão Conteúdo

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