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Árvore mais alta da Amazônia corre perigo, alertam ambientalistas

Você sabia que a árvore mais alta da Amazônia tem mais de 88 metros de altura? O angelim-vermelho foi descoberto em setembro deste ano e faz parte de um conjunto de árvores gigantes encontradas na divisa dos estados do Amapá e Pará. Ambientalistas alertam que ela sofre ameaças da grilagem de terras e do garimpo ilegal do ouro.

O angelim-vermelho – de aproximadamente 400 anos, 9,9 metros de circunferência e 88,5 metros de altura – é considerado a árvore mais alta da Amazônia e está correndo perigo, alertam ambientalistas.

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A gigante equivale a um prédio de 30 andares e é maior que vários cartões postais mundo afora: a Torre de Pisa, que tem 57 metros, a Grande Esfinge de Gize de 20 metros, e o nosso Cristo Redentor, que tem 38 metros.

A unidade de conservação onde estão as árvores gigantes se chama ‘Flota do Paru‘ e é a 3ª unidade de conservação de uso sustentável em floresta tropical do mundo. Para se ter uma ideia, ela é 3 vezes maior que o Catar, país que sediou a Copa do Mundo de 2022.

De acordo com ambientalistas consultados pela BBC, a ‘Flota do Paru‘ está sofrendo com a ação de grileiros e garimpeiros. No mês de novembro, ela foi a 3ª unidade de conservação mais desmatada de toda a Amazônia. (BBC)

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Dados baseados em imagens de satélite do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon mostram que a floresta já perdeu 46,5 km² de cobertura vegetal desde 2008. Já dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), também baseados em imagens de satélite, indicam um número maior em igual período: 74 km².

Nas redes sociais, a hashtag #ProtejaAsArvoresGigantes foi criada com o objetivo de chamar a atenção sobre a necessidade de fiscalização e monitoramento da área.

Segundo Jakeline Pereira, conselheira da ‘Flota do Paru‘ e pesquisadora do Imazon, as árvores gigantes sofrem ameaças da grilagem de terras e do garimpo ilegal do ouro.

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“No limite sul da unidade de conservação, está havendo uma mudança de ocupação do solo, com arrendamento de terras para a agropecuária e retirada ilegal de madeira”, disse a pesquisadora à BBC News Brasil.

O governo do Pará – por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDEFLOR-Bio) – divulgou uma nota dizendo que “recebeu uma denúncia de invasão de grileiros nas áreas da Unidade de Conservação (UC) da Floresta Estadual do Paru (Flota Paru), que estão sob concessão florestal, na porção sudeste da (UC), especificamente nas Unidades de Manejo Florestal (UMF) 1 e 2, que somam 190 mil hectares e representam 5,3% da FLOTA (3,613 milhões de hectares)”.

“Desde o dia 08 de dezembro uma equipe da Diretoria de Gestão de Floresta Pública do Ideflor-Bio e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e Polícia Civil, incluindo a Polícia Científica, estão na área sob concessão florestal averiguando estas denúncias. Informamos também, que por meio da Diretoria de Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação (DGMUC), o Ideflor tem avançado na implementação das Unidades de Conservação, estabelecendo ferramentas importantes de gestão como: a elaboração dos Planos de Manejo das (UCs), utilizando metodologia participativa de todos os setores que representam a sociedade civil organizada; garantia da participação direta como cogestores, nos Conselhos Gestores, discutindo e trazendo soluções para todos os problemas que envolvem as Unidades de Conservação”, conclui a nota.

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Com 88,5 metros, o angelim-vermelho gigante tornou-se a quarta árvore viva mais alta documentada pelo Guinness World Records, o livro dos recordes. A maior do mundo é uma sequoia de 116 metros localizada no Parque Nacional de Redwood, no Estado da Califórnia, nos Estados Unidos.

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