Créditos da imagem: Clauber Cleber Caetano/PR

Negros e pobres são mais afetados pelos riscos ambientais, mostra estudo

Os efeitos da crise ambiental nas cidades de São Paulo, Recife e Belém afetam mais as pessoas negras e pobres, sobretudo em famílias chefiadas por mulheres, com renda de até um salário mínimo. Os dados estão em estudo inédito feito pelo Instituto Pólis.

De acordo com o instituto, nas três cidades ocorre uma distribuição desigual das consequências de desastres ambientais, agravados pelas mudanças climáticas.

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A população negra e de baixa renda é maioria em áreas consideradas de risco. Em contraponto, as localidades mapeadas onde há pouco ou nenhum risco são habitadas por pessoas brancas com mais renda.

O estudo demonstra que a ausência de políticas públicas favorecem a manutenção do racismo ambiental, conceito utilizado para se referir ao processo de discriminação sofrido por populações de periferia ou minorias étnicas.

“Os impactos ambientais nas cidades são socialmente produzidos: não são apenas fruto de eventualidades climáticas, mas sim resultado da negligência do poder público”, afirma Ana Sanches, pesquisadora do Instituto Pólis.

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Em Recife, por exemplo, os pesquisadores identificaram 677 áreas de risco de deslizamentos. A renda média por domicílio na região não passa de R$ 1,1 mil. Isso representa menos do que a metade da média municipal. Nesses locais, a população negra é 68%, enquanto que a taxa de habitações chefiadas por mulheres de baixa renda é de 27%.

(Foto de topo: Clauber Cleber Caetano/Agência Brasil/Reprodução)

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