Groenlândia calotas polares
Créditos da imagem: AFP

Calotas polares perdem mais gelo do que se pensava; sertão brasileiro pode ser nova fronteira para a produção de biocombustíveis e +

Veja os destaques do Curto Verde desta quinta-feira (10): estudo aponta que o degelo na calota polar da Groenlândia é muito maior do que se pensava; Shell Brasil investe R$ 30 milhões para produção de etanol a partir de uma planta típica de regiões semiáridas; agência europeia alerta que 90 mil europeus podem morrer a cada ano devido às ondas de calor até o final do século; e relatório da ONU conclui que o mundo não está no caminho certo para atingir as metas florestais para acabar e reverter o desmatamento até 2030.

❄️ Novas provas de degelo na Groenlândia levam a temor de aumento importante do nível do mar

A perda de massa de gelo na calota polar da Groenlândia está ocorrendo mais no interior do que se pensava e isto provavelmente vai agravar o aumento do nível do mar, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (9) na revista Nature (🇬🇧).

PUBLICIDADE

Até agora, os cientistas tinham se concentrado, sobretudo, no derretimento das faixas costeiras da calota de gelo, mas desta vez pesquisaram o que ocorre no interior da ilha com dados de satélite, estações de GPS no terreno e modelos digitais.

A descoberta que fizeram é alarmante: o gigantesco bloco de gelo, também chamado “inlandsis”, que recobre o território da Groenlândia, está perdendo espessura a uma distância de 200 a 300 km da costa.

Os cientistas estimam que o nível do mar poderia aumentar entre 13,5 e 15,5 milímetros até o fim do século.

PUBLICIDADE

A calota polar da Groenlândia é atualmente o principal fator de aumento do nível dos oceanos, segundo a Nasa, pois a região do Ártico está esquentando mais rapidamente do que o resto do mundo.

“O NEGIS poderia perder seis vezes mais gelo do que o estimado pelos modelos climáticos existentes”, advertiu o informe.

Uma das razões para a calota perder espessura em seu interior é a entrada de correntes oceânicas quentes.

PUBLICIDADE

“O novo modelo dá conta verdadeiramente do que está ocorrendo no interior das terras, os [modelos] anteriores não o fazem […] Estamos diante de uma mudança maciça, de uma projeção do nível do mar completamente diferente”, explicou o autor principal do estudo, Shafaqat Abbas Khan, à AFP.

Segundo ele, é praticamente impossível reverter a perda de massa de gelo da calota polar da Groenlândia, mas é possível contê-la com políticas adequadas contra as mudanças climáticas.

🌱 Shell Brasil investe R$ 30 milhões para produção de etanol a partir do agave

A Shell Brasil fechou uma parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para um projeto de pesquisa e desenvolvimento que quer utilizar o agave – uma planta típica de regiões semiáridas, matéria prima da tequila – para a produção de etanol. 

PUBLICIDADE

A empresa irá investir R$ 30 milhões e, se bem sucedida, a empreitada tem potencial para transformar o sertão brasileiro em uma nova fronteira para a produção de biocombustíveis, sem competir com áreas que hoje são usadas para o cultivo de alimentos.

☀️ Ondas de calor podem matar 90 mil europeus por ano em 2100

Se nada for feito para evitar isso, 90 mil europeus podem morrer a cada ano devido às ondas de calor até o final do século, alertou, nesta quarta-feira (9), a Agência Europeia do Meio Ambiente (EEA).

“Sem medidas de adaptação, sob um cenário de aquecimento global de 3°C em 2100, 90 mil europeus poderiam morrer por ondas de calor todos os anos”, disse a EEA.

Com o aquecimento de 1,5°C, meta do acordo de Paris, esse número cai para 30 mil mortes por ano, indica o relatório, baseado em um estudo publicado em 2020.

Entre 1980 e 2020, cerca de 129 mil europeus morreram de calor, com uma forte aceleração no período recente.

PUBLICIDADE

A combinação de ondas de calor mais frequentes com o envelhecimento da população e o aumento da urbanização está tornando os europeus mais vulneráveis às altas temperaturas, em especial no sul do continente, segundo a agência da União Europeia.

🌳 Compromissos com as florestas estão longe do necessário para alcançar o Acordo de Paris

Um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) conclui que o mundo não está no caminho certo para atingir as metas florestais para acabar e reverter o desmatamento até 2030. O objetivo é fundamental para a meta de 1,5°C do Acordo de Paris.

Para que as metas de 2030 permaneçam dentro do alcance, um marco de uma gigatonelada de reduções de emissões das florestas deve ser alcançado até 2025, e anualmente depois disso. O estudo envolveu o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e parceiros.

O relatório “Fazendo o bem no Pacto Climático de Glasgow” (🇬🇧) conclui que os atuais compromissos públicos e privados de investir nas reduções de emissões são 24% da meta do marco. Apenas cerca de metade desses compromissos foram concretizados por meio de acordos de redução de emissões assinados e nenhum dos financiamentos para esses compromissos ainda foi desembolsado.

(com AFP)

Curto Verde é um apanhado diário do que você precisa saber sobre meio ambiente, sustentabilidade e demais temas ligados à nossa sobrevivência e do planeta.

(🚥): pode exigir registro e/ou assinatura 

(🇬🇧): conteúdo em inglês

(*): conteúdos em outros idiomas são traduzidos pelo Google Tradutor

Rolar para cima