aquecimento global
Créditos da imagem: Reprodução/Unsplash

Recorde na emissão de gases de efeito estufa, cidades de madeira e +

Veja os destaques do Curto Verde desta quarta-feira (31): a concentração atmosférica de gases de efeito estufa atingiu novo recorde em 2021; estudo aponta que abrigar 90% da população urbana do mundo em construções de madeira replantada poderia evitar 106 bilhões de toneladas de emissões de carbono até 2100; e a injustiça climática: Paquistão é responsável por menos de 1% dos gases que provocam aquecimento global, mas sofre com alterações do clima.

🌱 Nível de gases de efeito estufa bate recorde em 2021

A concentração atmosférica de gases de efeito estufa – responsáveis pelo aquecimento global – atingiu um novo recorde em 2021, apesar de uma diminuição das emissões de CO2 no ano anterior, devido à pandemia de covid-19. É o que diz o 32º relatório anual do “Estado do Clima”. (State of the Climate in 2021) 🇬🇧

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“Os dados apresentados neste relatório são claros: continuamos vendo evidências científicas mais convincentes de que as mudanças climáticas têm impactos globais e não mostram sinais de desaceleração”, disse Rick Spinrad – que dirige a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) – à AFP.

Fruto da contribuição de mais de 530 cientistas, presentes em mais de 60 países, o documento fornece a atualização mais abrangente sobre os indicadores climáticos da Terra, eventos climáticos notáveis ​​e outros dados coletados por estações e instrumentos de monitoramento ambiental localizados em terra, água, gelo e no espaço. (Sociedade Meteorológica Americana – AMS*)

As descobertas notáveis ​​do relatório internacional incluem:

  • os gases de efeito estufa da Terra foram os mais altos já registrados;
  • a tendência de aquecimento da Terra continuou;
  • o calor do oceano e o nível global do mar foram os mais altos já registrados;
  • as condições de La Niña reduziram as temperaturas da superfície do mar;
  • as temperaturas foram mistas no Hemisfério Sul;
  • o Ártico foi mais frio no geral, mas alguns recordes foram estabelecidos; e
  • a atividade dos ciclones tropicais estava bem acima da média.

🌳 Cidades feitas de madeira podem cortar bilhões de toneladas de emissões de CO2, diz estudo

Construir casas urbanas de madeira – ao invés de concreto e aço – pode economizar cerca de 10% do orçamento de carbono necessário para limitar o aquecimento global a 2°C, ainda neste século. É o que diz um estudo publicado na revista Nature Communications. (*)

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Para realizar tal mudança nas práticas de construção, seriam necessários até 149 milhões de hectares de novas plantações de madeira e um aumento nas colheitas de florestas naturais desprotegidas – mas sem precisar invadir terras agrícolas – de acordo com a pesquisa.

Abrigar 90% da crescente população urbana do mundo em edifícios feitos de madeira poderia evitar 106 bilhões de toneladas de emissões de carbono até 2100, aponta o estudo.

Contudo, os ambientalistas afirmam que os milhões de hectares de novas plantações – para a extração de madeira – tendem a ter menos biodiversidade do que as florestas naturais e queimam com mais facilidade.

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“Seria um desastre para a natureza e para o clima”, disse Sini Eräjää – líder da campanha europeia de alimentos e florestas do Greenpeace – em entrevista ao jornal The Guardian. (*)

“As florestas naturais e biodiversas são mais resistentes à seca, incêndios e doenças, por isso são um armazenamento de carbono muito mais seguro do que as plantações de árvores que vimos virar fumaça neste verão de Portugal à Califórnia. A madeira pode desempenhar um papel maior na construção, mas dobrar as plantações de árvores do mundo às custas da natureza inestimável é simplesmente maluco, quando reduções modestas na produção de carne e laticínios liberariam a terra necessária”, completou.

Os autores do estudo afirmam ser necessária “uma governança forte e um planejamento cuidadoso para limitar os impactos negativos à biodiversidade”.

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💧 O Paquistão – que emite menos de 1% dos gases que aquecem o planeta – está debaixo d’água 

Partes do Paquistão estão agora submersas depois de o país experimentar as chuvas mais fortes já registradas. Mais de 1.100 pessoas morreram e 33 milhões foram afetadas.

De acordo com dados da União Europeia (UE), o Paquistão é responsável por menos de 1% dos gases que provocam o aquecimento global (CNN*), mas é a oitava nação mais vulnerável à crise climática, segundo o Índice Global de Risco Climático. (Germanwatch) 🇬🇧

Esta injustiça climática está fazendo com que o país pague um preço muito alto, não apenas com vidas, mas também com uma destruição devastadora.

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As autoridades estimam que serão necessários cerca de 10 bilhões de dólares para reconstruir a área devastada pela água. A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um pedido de 160 milhões de dólares em fundos de emergência na terça-feira (30). (Agência Brasil)

O Secretário-Geral da ONU – António Guterres – fez um apelo nas redes sociais por uma ação coletiva urgente para ajudar o governo e o povo do Paquistão e alertou: “Hoje é o Paquistão. Amanhã, pode ser o seu país”.

Curto Verde é um apanhado diário do que você precisa saber sobre meio ambiente, sustentabilidade e demais temas ligados à nossa sobrevivência e do planeta.

(Com AFP)

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(🇬🇧): conteúdo em inglês

(*): conteúdos em outros idiomas são traduzidos pelo Google Tradutor

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