LGBTQIAP+: o debate sobre a invisibilidade “B”, discutida em reality da TV

Nesta semana, uma conversa que rolou no BBB 23 foi motivo de reflexão: um dos participantes do reality é bissexual e falou sobre a invisibilidade na masculinidade bi. Vamos entender essa tour?

“Para os homens, eu sou sempre a bichinha. Para as mulheres, sou sempre o gay.”

Gabriel Santana

Contextualizando…

Na festa do líder, a sister Paula fez uma “brincadeira” com o brother Gabriel Santana, que basicamente o chamava de gay. Depois disso, Gabriel chamou Paula para conversar e falou sobre a invisibilização do homem bi. Ele disse que isso desperta gatilhos.

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“Até entrar no programa eu não era assumido bissexual. Eu me assumi aqui dentro. A bissexualidade masculina é muito invisibilizada. Dentro da comunidade LGBTQIA+ eu me sinto pouco invisibilizado, mas é no trato com as pessoas que não são da comunidade. Para os homens eu sou sempre a bichinha. Eles, os homens héteros, vão me tratar como o amigo gay, e as mulheres vão me tratar como a ‘amiga gay’.”

Além disso, o ator também falou sobre o tesão que sente nas mulheres, e que muitas vezes elas esquecem disso fazendo brincadeiras íntimas. Em uma ocasião, dentro do reality, a participante Key Alves pediu para Gabriel pegar no seu bumbum.

“As mulheres sempre querem ter um tipo de intimidade comigo que eu não quero. Eu sempre falo ‘porque eu tenho tesão em você’. Outro dia foi muito sem querer que a Key falou ‘pega na minha bunda’ e eu respondi que ‘não ia fazer isso. Tenho tesão, pô’. E ainda mais nesse lugar de intimidade, o homem bissexual é visto como gay e a mulher bi é vista como fetiche. O homem bissexual é sempre visto como homossexual pela sociedade.”

O brother também falou da sua preocupação sobre como o pessoal de fora da casa do BBB está vendo sua bissexualidade.

“Por este motivo, isso [brincadeiras] sempre me geram gatilho. Como me assumi aqui dentro, a minha cabeça explode: quando eu me visto mais feminino aqui dentro, minha cabeça explode! Então foi só por isso que não bateu bem para mim.”

Mas o que é a bissexualidade?

Bissexual é a orientação sexual de quem sente atração por ambos os sexos. Isso pode estar ligado a atração física, emocional e sexual. Vale ressaltar que bissexuais também podem sentir atração por pessoas não-binárias, ou seja, que não são estritamente masculinas ou femininas, fora do binário de gênero e da cisnormatividade.

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Como todo ser humano, os seres bissexuais são plurais. Ou seja: a maneira como o desejo romântico e sexual se manifesta varia de pessoa para pessoa, bem como suas preferências particulares.  

Com o relato do Gabriel, deu para entender que a bissexualidade não tem gênero, né? Homens bissexuais existem, assim como mulheres, cis ou trans, travestis e não-binários podem ser bissexuais.

Orientação sexual não é identidade de gênero

“Bissexualidade é um todo, identidade fluída. Não assuma que a bissexualidade é naturalmente binária ou poligâmica: que nós temos “dois” lados ou que nós precisamos estar envolvidos simultaneamente com dois gêneros para sermos seres humanos completos. De fato, não assuma que existem apenas dois gêneros” – Manifesto Bissexual.

O Manifesto Bissexual foi publicado em 1990, na revista americana “Anything That Moves”. De acordo com o texto, a comunidade bi se manifestou contra preconceitos e se posicionou de maneira contundente sobre sua maneira de amar.

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Curto Curadoria:

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