O boom da IA generativa, que cria conteúdo novo a partir de dados, está enfrentando um desafio: o alto custo da infraestrutura necessária para treinar e rodar esses modelos complexos. Gigantes da tecnologia como Google, Microsoft e Meta estão gastando fortunas em data centers cada vez maiores, o que levanta questões sobre a sustentabilidade desse modelo.
Uma nova tendência surge como resposta: a “Inteligência Artificial de ponta” (edge AI). Nessa abordagem, os algoritmos e modelos rodam em smartphones e computadores pessoais, em vez de servidores centralizados. Isso traz diversas vantagens: respostas em tempo real, sem depender de internet veloz, e dados pessoais que permanecem no dispositivo.
O grande obstáculo é tecnológico. Smartphones atuais não possuem o poder computacional suficiente para rodar modelos gigantes como o GPT-4 da OpenAI. Mas há solução. Empresas estão desenvolvendo modelos menores e customizados para tarefas específicas. Esses modelos exigem menos recursos para treinar e muitas vezes são gratuitos e de código aberto.
Além disso, a indústria de semicondutores está evoluindo. Processadores e memórias mais potentes estão sendo criados para dispositivos móveis. A previsão é que o número de smartphones compatíveis com modelos de IA de ponta aumente de 8% para 11% ainda este ano.
Para investidores, a edge AI abre novas oportunidades. Fabricantes de smartphones, computadores e chips, além de fornecedores, podem se beneficiar da demanda por dispositivos mais avançados. A expectativa é que as vendas combinadas nesses mercados ultrapassem US$ 700 bilhões em 2027.
O sucesso da edge AI, assim como da IA na nuvem, depende de aplicações atrativas para os usuários. Se isso acontecer, a próxima grande novidade na inteligência artificial estará na palma da sua mão, em dispositivos menores e mais poderosos.
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