Amazônia em NFTs? Entenda a negociação de lotes virtuais da floresta para “guardiões”

Infelizmente, os órgãos governamentais responsáveis não estão sendo capazes de barrar o desmatamento, a grilagem de terras, a mineração ilegal e demais atividades que estão devastando a Floresta Amazônica. A maior floresta tropical do mundo tem sofrido ataques constantes, situação que se agravou nos últimos anos devido ao desaparelhamento dos sistemas de monitoramento e combate aos crimes ambientais. Pensando nisso, a empresa Nemus está vendendo NFTs correspondentes a lotes individuais de terra para compradores - chamados de “guardiões” - que na verdade não possuem o território, mas cujo investimento em criptomoedas será destinado para projetos locais sustentáveis. Uma nova abordagem para a preservação ambiental, visando atrair e engajar investidores na preservação da Amazônia.

Publicado por
Isabella Caminoto

Uma reportagem publicada pela Vice (*), explica que – através da Nemus – uma comunidade global de “guardiões” está investindo em projetos sustentáveis ​​por meio da compra de tokens não fungíveis (NFTs), visando fomentar atividades econômicas sustentáveis que garantam proteção e produtividade dentro da Amazônia para as gerações futuras.

A empresa adquire um terreno ameaçado na floresta e cria uma série de NFTs colecionáveis, cada um vinculado a uma geolocalização única dentro da terra.

Segundo a publicação, a empresa pretende adquirir mais de 40 mil hectares de floresta e formar uma espécie de “cinturão protetor”, espalhando-se pelos estados do Acre, Amazonas e Pará. Essa será uma barreira natural que poderá transformar os desmatadores locais em protetores, oferecendo-lhes alternativas econômicas.

A Nemus, contudo, tem enfrentado vários entraves. Entre eles, a extensa burocracia, a regulamentação de propriedade de terras mal projetada e a reação de comunidades indígenas locais que estão reivindicando parte da terra que a empresa está tentando adquirir como sua. 

De acordo com a reportagem, “as comunidades apresentaram denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), que recomendou que a Nemus parasse de vender NFTs com base na terra e seguisse as exigências internacionais para consultar os povos indígenas”.

Apesar de não ter finalizado a compra de nenhum terreno, a Nemus já vendeu 1.500 NFTs.

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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