O Departamento de Defesa dos Estados Unidos alertou que as iniciativas de inteligência artificial (IA) da China têm uma integração significativa com o Exército de Libertação do Povo (ELP), levantando preocupações sobre uma possível corrida armamentista em IA.
O relatório anual do Pentágono sobre Desenvolvimentos Militares e de Segurança envolvendo a República Popular da China argumenta, no prefácio, que a China continua sendo o desafio principal para o Departamento de Defesa, já que Pequim busca o “rejuvenescimento nacional” até 2049 – o aniversário do centenário do Partido Comunista Chinês.
“O tamanho, alcance e sofisticação dos programas de modernização militar chineses são impressionantes”, disse James Anderson, que atuou como subsecretário adjunto de defesa durante a administração Trump. “O relatório deixa claro que Pequim está determinada a desenvolver uma força militar de classe mundial, apesar da recente desaceleração econômica.”, completa.
Entre as várias abordagens que o partido tem buscado para alcançar esse objetivo está o conceito de “guerra de precisão em múltiplos domínios”, que busca incorporar avanços em big data e IA para “identificar rapidamente vulnerabilidades no sistema operacional dos EUA.”, conforme o relatório.
O conceito ajudaria a China a desenvolver “outros conceitos operacionais subordinados” visando aprimorar as capacidades chinesas para lutar e vencer “guerras futuras”. O mais recente “Plano dos Cinco Anos” do país prioriza esses desenvolvimentos, que o Pentágono afirmou que incluiriam avanços em “ciência cerebral” e biotecnologia, semicondutores, e tecnologias relacionadas ao espaço profundo, mar profundo e tecnologia-polar.
A chamada “ciência cerebral” busca integrar novas aplicações de biotecnologia com IA, incluindo um computador quântico capaz de “superar um computador clássico de alto desempenho para um problema específico”, com gastos de mais de um bilhão de dólares em uma instalação quântica nacional que será a maior do mundo quando concluída.
“Pequim tem uma compreensão clara de suas deficiências remanescentes em ciência e tecnologia e utiliza políticas industriais e o vasto aparato de transferência de tecnologia do país para tentar fechar essas lacunas”, afirmou o relatório. “A China também mantém altos níveis de financiamento para pesquisa e desenvolvimento e oferece subsídios significativos a empresas domésticas que trabalham com tecnologias de ponta.”
Segundo o relatório, a China busca liderar o mundo no desenvolvimento de IA até 2030, tendo designado a tecnologia como fundamental para a “guerra inteligente”, que é como o Partido Comunista Chinês enxerga o futuro do combate.
O Pentágono admite que a China já é líder mundial em reconhecimento facial e tecnologia de processamento de linguagem natural, mas ainda não comentou sobre as capacidades do país para produzir hardware, incluindo as fábricas de chips semicondutores mais avançados e o software de automação de design eletrônico.
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