Cientistas do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos vêm utilizando um programa movido por inteligência artificial (IA) capaz de prever a trajetória e velocidade de furacões.
A crescente gravidade e frequência de eventos climáticos extremos, impulsionados pelo aumento das temperaturas, têm exigido soluções inovadoras para proteger a Terra e as gerações futuras. Um exemplo vem na forma de um modelo preditivo que combina o poder da inteligência artificial com um século de dados.
Pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia desenvolveram uma ferramenta digital inovadora que pode prever a trajetória e a velocidade do vento de futuros furacões usando aprendizado de máquina e os registros de mais de 1.500 tempestades do Banco de Dados de Furacões do Atlântico do Centro Nacional de Furacões.
“Imagine que você tem uma segunda Terra, ou milhares de Terras, onde pode observar furacões por 100 anos e ver onde atingem a costa, quão intensos são. Essas tempestades simuladas, se se comportarem como furacões reais, podem ser usadas para criar os dados nos mapas quase diretamente”, disse o estatístico matemático do NIST e coautor do estudo, Adam Pintar.
O estudo, publicado em “Artificial Intelligence for the Earth Systems“, teve o modelo usando algoritmos para imitar dados de furacões anteriores. Isso contrasta com métodos anteriores que criavam matematicamente tempestades hipotéticas do zero, usando dados como temperaturas da superfície do oceano e a aspereza da superfície da Terra, que nem sempre estão disponíveis.
A ferramenta baseada em IA replicou com precisão o caminho e a velocidade do vento de tempestades históricas e também gerou uma coleção de eventos climáticos hipotéticos com dados como o local de chegada, que em grande parte se sobrepunham às tempestades do Banco de Dados de Furacões do Atlântico.
“Ele se sai muito bem. Dependendo de onde você está olhando ao longo da costa, seria bastante difícil identificar um furacão simulado de um real”, disse Pintar.
No entanto, o sistema não é isento de falhas. Os dados que ele recebe não levam em conta os potenciais efeitos do aumento das temperaturas, e as tempestades simuladas produzidas para áreas com menos dados não eram tão plausíveis.
“Os furacões não são tão frequentes em, digamos, Boston quanto em Miami, por exemplo. Quanto menos dados você tem, maior é a incerteza de suas previsões”, disse o Fellow do NIST, Emil Simiu.
No entanto, as informações obtidas a partir das simulações beneficiam as regiões mais propensas a furacões nos EUA ao longo da Costa Leste e do Golfo, potencialmente ajudando a desenvolver diretrizes para a construção de edifícios que possam resistir melhor a ventos de grande intensidade.
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