Na última semana o ChatGPT completou seis meses de lançado. Em tão pouco tempo, a plataforma já revolucionou a tecnologia com suas atribuições em funções pessoais e profissionais na vida dos usuários. Um exemplo disso é uma empresa de cobrança digital que usa uma API da inteligência artificial para “humanizar” a forma como as pessoas são cobradas. Entenda.
Conversamos com Thiago Oliveira, CEO da Monest, uma firma que faz aquele trabalho chato de bater na porta das pessoas para cobrá-las. Profissional de sistemas da informação, Oliveira comentou que, antes de tudo, é um apaixonado por inteligência artificial e que vê positivamente a atuação das IAs. Citar isso é importante, levando em consideração que o chatbot desenvolvido por ele substitui uma pessoa que iria cobrar outra por um modelo de linguagem inteligente.
De acordo com uma pesquisa da empresa, o custo operacional com o uso da IA caiu 35%. Esse foi o principal fator que fez a empresa apostar tudo na implementação de inteligência artificial em sua atuação.
Antes, o maior problema era a ineficiência dos acordos. As empresas tinham problemas para receber e as pessoas não conseguiam pagar o que deviam.
Agora, de acordo com Oliveira, 80% das abordagens da MIA, como foi batizada a IA da Monest, terminam com resolução completa dos casos. Sem necessitar de supervisão humana.
Porque ela, de fato, consegue ser muito argumentativa, mostrar exemplos, ajudar o cliente, consegue trazer bastante argumentos que no dia a dia de humano que está muito corrido e tem muito cliente para atender, ele não consegue ser profundo em cada caso, e ela consegue pela velocidade de processamento. Perguntado o motivo do sucesso da solução do modelo, o CEO respondeu:
“Porque ela, de fato, consegue ser muito argumentativa, mostrar exemplos, ajudar o cliente. Já que no dia a dia o humano (cobrado) pode falar que está muito corrido ou tem muito cliente para atender, ele não consegue ser profundo em cada caso. Dessa forma ela (MIA) consegue ser eficiente pela velocidade de processamento.”
Para ele, essa seria a solução para combater aquelas velhas e chatas ligações de cobrança de dívidas. Num chat simples, a pessoa pode conversar com a MIA, pedir descontos, gerar boletos para pagamento, ou até contestar a dívida. Na outra ponta, o trabalhador do call center não vai ser ofendido ou relevado pelos devedores.
Para Júnior Bornelli, graduado em Direito e fundador da Escola de Negócios StartSe, essa é uma das revoluções pregadas pela IA, substituir o ser humano em tarefas repetitivas e desgastantes: “ele não se cansa, ele não se machuca, ele não tem férias, ele não para. O robô tem muito mais condições de fazer determinadas atividades que nós”.
Mas nem tudo são flores. A inteligência artificial pode ser, muitas vezes, inocente. Thiago Oliveira comenta que a ferramenta está “rodando e sendo validada”, traduzindo, às vezes é preciso trocar o pneu do carro andando.
Ele citou um caso em que a “MIA tinha uma dívida de mil reais para cobrar, e poderia dar um desconto de cem reais para a pessoa quitar a dívida. No entanto, a IA acabou sendo enganada e convencida que mil menos cem ficaram quinhentos”. O problema foi corrigido e o chatbot é constantemente vigiado.
Agora, rodando para oito empresas e atingindo mais de 20 mil pessoas, a IA que cobra dinheiro virou a queridinha da empresa. Para os próximos passos, Oliveira narra que está trabalhando em comandos de voz para cobranças de quantias altas pela MIA.
Será que a inteligência artificial vai conseguir acabar com o “devo não nego, pago quando puder”?
Entenda:
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