Pesquisadores desenvolveram uma ferramenta de inteligência artificial (IA) com o objetivo de oferecer uma alternativa mais acessível e eficiente para o monitoramento de espécies marinhas. Os recifes estão entre os ecossistemas mais vulneráveis às mudanças climáticas.
Um estudo divulgado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR), publicado na revista científica Peer J., revela a viabilidade do monitoramento de corais por meio de imagens compartilhadas nas redes sociais.
Essas imagens são analisadas por ferramentas de IA inspiradas no funcionamento do cérebro humano.
Focando em uma das espécies marinhas mais vulneráveis às mudanças climáticas, o estudo busca oferecer uma alternativa ao método tradicional de monitoramento dos corais no Brasil.
Atualmente, acompanhar esses animais é uma tarefa cara e que demanda tempo. O propósito é que a ferramenta se torne uma aliada na preservação desses organismos.
A tecnologia usada foi a chamada rede neural, sistema de algoritmos que, tentando simular a atividade dos neurônios, estabelece redes de conexões que respondem a estímulos externos, aprendendo padrões após erros e acertos.
Luiz Oliveira, pesquisador da UFPR e um dos responsáveis pelo projeto, explica que as redes neurais utilizadas foram treinadas a partir da exposição a 1.400 imagens de corais obtidas no Instagram @deolhonoscorais para aprenderem sobre suas formas e cores.
“Essas redes são feitas por unidades interconectadas, chamadas neurônios artificiais, e, uma vez treinadas, podem fazer previsões ou identificar padrões em novos conjuntos de dados”, afirmou o pesquisador.
Após o treinamento do modelo de inteligência artificial, a tecnologia apresentou indicações precisas sobre a localização dos corais em outras imagens que continham organismos isolados e outros elementos. Isso evidencia a capacidade da tecnologia de identificar fotografias que incluem diversas espécies de corais.
O projeto abre novas possibilidades como processamento rápido de grandes conjuntos de imagens até o monitoramento de mudanças nos ecossistemas em tempo real, identificando, por exemplo, a chegada ou desaparecimento de uma espécie.
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