Funcionários dos Estados Unidos levantaram preocupações sobre o “uso indevido” da inteligência artificial (IA) pela China em suas primeiras conversações bilaterais formais sobre o tema, disse a Casa Branca na quarta-feira (16), enquanto as superpotências buscam evitar confrontos sobre a tecnologia em rápido desenvolvimento.
Durante as reuniões em Genebra na terça-feira (15), a delegação dos EUA também destacou para seus homólogos chineses a necessidade de “manter linhas de comunicação abertas sobre risco e segurança da IA como parte importante da gestão responsável da competição”, disse a Casa Branca.
“Os Estados Unidos também levantaram preocupações sobre o uso indevido da IA, inclusive pela (República Popular da China)”, acrescentou Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Estão crescendo as preocupações entre os funcionários dos EUA sobre o acesso da China à tecnologia de IA, em meio a temores de que Pequim possa usá-la para manipular eleições em outros países, criar armas biológicas e lançar ataques cibernéticos.
O Departamento de Estado já pressionou a China e a Rússia para que correspondam às declarações dos EUA de que apenas pessoas, e nunca a inteligência artificial, tomariam decisões sobre o uso de armas nucleares.
Um relatório da Reuters informou este mês que a administração do presidente Joe Biden está prestes a abrir uma nova frente em seu esforço para proteger a IA dos EUA da China e da Rússia, com planos preliminares para colocar guardrails (proteções) em torno dos modelos de IA mais avançados, o software central dos sistemas de inteligência artificial, como o ChatGPT, disseram fontes.
Um grupo bipartidário de legisladores dos EUA revelou um projeto de lei na semana passada que tornaria mais fácil para a administração Biden impor controles de exportação em modelos de IA. Um grupo bipartidário de senadores dos EUA, incluindo o líder da maioria Chuck Schumer, na quarta-feira pediu um aumento no financiamento governamental para pesquisa de inteligência artificial enquanto debatem novas salvaguardas legais.
Os Estados Unidos tomaram medidas para conter o fluxo de chips de IA americanos e as ferramentas para fabricá-los para a China. A administração Biden também propôs uma regra para exigir que empresas de nuvem dos EUA informem o governo quando clientes estrangeiros usarem seus serviços para treinar modelos poderosos de IA que poderiam ser usados para ataques cibernéticos.
A China tem se baseado fortemente em muitos modelos de código aberto desenvolvidos no Ocidente, como a série “Llama” da Meta Platforms, e muitos chips avançados de IA americanos estão chegando à China.
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