Grupos de imprensa exigem que pioneiros da IA respeitem a propriedade intelectual

As empresas pioneiras no ramo da Inteligência Artificial (IA) devem respeitar a propriedade intelectual dos veículos de comunicação e não usar seu material indiscriminadamente, de acordo com uma carta aberta publicada nesta quarta-feira (09) por grupos da imprensa.

Publicado por
Agence France-Presse

A declaração, assinada por AFP, Getty Images e a agência de notícias americana Associated Press (AP), entre outros, reconhece que “a inteligência artificial (…) pode trazer benefícios significativos para a humanidade”.

“Historicamente, o setor dos meios de comunicação têm acolhido positivamente as novas tecnologias”, a começar pela prensa gráfica, lembra o texto.

Entretanto, com o ritmo atual de desenvolvimento, a IA “excede muito todos os grandes saltos tecnológicos anteriores, potencialmente na perda dos direitos de propriedade intelectual”, acrescenta o texto.

Os chatbots como ChatGPT, ou geradores de imagens como DALL-E 2, foram desenvolvidos com a utilização ampla e indiscriminada de dados da internet.

A “IA generativa e os modelos de linguagem permitem que qualquer ator, independente de sua intenção, produza e distribua conteúdo sintético em uma escala nunca vista antes”, alertam os autores da carta.

Além de questões de propriedade intelectual, esses robôs conseguem produzir notícias ou imagens falsas a partir de materiais jornalísticos verdadeiros.

O desenvolvimento destas máquinas, capazes de interagir e aprender a partir de instruções humanas, exige “transparência” e a abertura de negociações coletivas, segundo o texto.

Os grupos de imprensa solicitam que qualquer produto feito com a ajuda da IA deve especificamente mencioná-la.

As principais empresas de internet, como Google, Meta ou Microsoft, investiram bilhões de dólares em chatbots, enquanto personalidades do setor, como o bilionário Elon Musk, alertaram para o grave problema que essa nova ferramenta pode representar.

Em julho, essas empresas se comprometeram a usar marcas d’água digitais para identificar o conteúdo de produtos que possuem tecnologia de IA.

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Agence France-Presse

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