IA impulsiona o futuro do trabalho: 5 novos empregos que surgem na Europa

A Europa está se destacando no cenário da inteligência artificial (IA), com o Parlamento Europeu acabando de aprovar o Ato de Inteligência Artificial da UE, o primeiro conjunto de regulamentações do mundo para empresas que estão trabalhando em tecnologias de IA.

Com o cenário tecnológico no continente mudando tão rapidamente, aqui estão cinco empregos relacionados à IA que, de acordo com agências de recrutamento ou estudos independentes, poderiam ou já começaram a contratar na Europa.

Engenheiro de Inteligência Artificial

O Engenheiro de Inteligência Artificial desenvolve, programa e treina algoritmos de IA para que “eles possam funcionar como um cérebro humano”, de acordo com uma definição da Microsoft.

Em seu site, a Microsoft afirma que os profissionais interessados nesse papel precisam ter expertise em desenvolvimento de software, programação, ciência de dados e engenharia de dados.

O relatório Perspectivas do Mercado de Trabalho para a Europa em 2024 do LinkedIn observou que os Engenheiros de Inteligência Artificial estavam entre as profissões de maior crescimento na Itália e na Suíça, ocupando o segundo e o terceiro lugar, respectivamente. O relatório identificou que os candidatos em ambos os países precisariam de habilidades em visão computacional, aprendizado de máquina e linguagem natural para terem sucesso nesses cargos.

Na Suíça, a maioria dos candidatos tinha pelo menos três anos de experiência antes de conseguir uma dessas funções; na Itália, a média era de cerca de 19 meses de experiência.

Engenheiro de Prompt

Os Engenheiros de Prompt, também chamados de “tradutores de IA” pela empresa de recrutamento Protiviti, são responsáveis por garantir que os humanos estejam se comunicando bem com a IA. Eles refinam os prompts dados aos grandes modelos de linguagem (LLMs) como o ChatGPT da OpenAI para garantir que a IA forneça as respostas mais precisas possíveis.

Esses engenheiros de prompt também podem escrever descrições mais detalhadas para o ChatGPT, de forma que possam desenvolver algo mais adequado às necessidades do negócio, de acordo com uma previsão da empresa britânica Robert Half.

Por exemplo, os engenheiros de prompt podem especificar a estrutura, o número de pontos e o comprimento do resumo de cada seção de um whitepaper de negócios.

“O Engenheiro de Prompt é, portanto, tanto um especialista em TI quanto um analista de negócios em um só”, disse Christian Schmitz, consultor de recrutamento da Robert Half.

Analista de Segurança Cibernética com IA

Assim como o Engenheiro de Inteligência Artificial, o Analista de Segurança Cibernética / Analista de Operações de Segurança é uma das profissões de crescimento mais rápido na Europa, de acordo com as previsões de 2024 do LinkedIn.

Isso é particularmente verdadeiro na Alemanha, Itália, Suécia e nos Países Baixos.

Os analistas de segurança cibernética estabelecem padrões de segurança, identificam e avaliam fatores de risco e descobrem vulnerabilidades dentro de empresas ou organizações para protegê-las de ataques cibernéticos externos.

Embora essa não seja necessariamente uma nova profissão criada por causa da IA, Sebastian Mayer, da Protiviti, disse que aqueles com experiência em IA terão uma vantagem.

“Sempre há o risco de que grandes quantidades de dados alimentadas na IA caiam em mãos não autorizadas”, disse Mayer em comunicado.

“A IA não vai revolucionar fundamentalmente a segurança cibernética… mas os desenvolvedores de IA que levarem em conta os aspectos de segurança serão especialmente demandados”.

Especialista ou Consultor em Tecnologia de IA

A Comissão Europeia já está contratando consultores – ou como eles os chamam, especialistas em tecnologia em IA – no Luxemburgo e na Bélgica.

Este movimento ocorre uma semana após a aprovação do Ato de IA da UE, o primeiro marco legal do mundo a abordar os riscos e oportunidades da nova tecnologia.

A descrição do cargo divulgada pelo recém-formado Escritório Europeu de IA diz que os especialistas em tecnologia farão cumprir e supervisionarão “novas regras para modelos de IA de propósito geral” e desenvolverão “códigos de prática de ponta” para o uso da IA.

Esses cargos também trabalham em ferramentas, métodos e benchmarks para avaliar o alcance dos modelos de IA gerais e avaliar seus riscos.

Para esse tipo de posição, o Escritório Europeu de IA procura pessoas com experiência em avaliações, investigações e monitoramento do “ecossistema” de IA.

A Comissão Europeia está procurando especificamente cientistas pesquisadores, cientistas da computação, engenheiros de software e dados com alguma experiência prévia em IA para esses cargos.

Oficial de Ética em IA

De acordo com a Robert Half, os Oficiais de Ética garantiriam que o uso da IA no processo de contratação ou seu outro impacto nos funcionários seja justo e equilibrado.

Um uso poderia ser avaliar quais preconceitos poderiam surgir ao usar uma IA no processo de contratação, sabendo que os dados históricos tendem a dar vantagens aos homens brancos entre 30 e 40 anos, explicou uma previsão no site da Robert Half.

O projeto SHERPA, um grupo de especialistas de seis países europeus, recomendou antes da aprovação do Ato de IA da UE que a União Europeia contratasse e colocasse em prática Oficiais de Ética em IA para “supervisionar a ética da IA dentro das organizações”.

Sua pesquisa sugeriu que os Oficiais de Ética em IA deveriam ser posições internas que “combinam compreensão científica e técnica com consciência ética e de direitos humanos”, ao aconselhar o uso de sistemas de IA.

O papel se assemelharia a um Oficial de Proteção de Dados ou a um Oficial de Ética Chefe – posições que já existem dentro do quadro da Comissão Europeia, Parlamento e outros órgãos.