Inteligência Artificial

IA melhora a velocidade da redação jurídica, não a qualidade; revela estudo

Estudantes de direito que usaram inteligência artificial (IA) em diversas tarefas de redação jurídica conseguiram concluir suas tarefas mais rapidamente, mas o produto de seu trabalho não foi consistentemente melhor do que o de colegas que não usaram a tecnologia, revelou um novo estudo.

Publicado por
Isabella Caminoto

Estudantes de direito com notas mais baixas, em média, obtiveram melhorias maiores em suas tarefas de redação jurídica ao usar o GPT-4 do que seus colegas de classe com melhor desempenho, sugerindo que os benefícios da IA variam de acordo com as habilidades do usuário e o tipo de trabalho jurídico sendo realizado.

“Esses resultados sugerem que a IA generativa quase certamente se tornará uma ferramenta vital para muitos advogados em um futuro próximo, comparável a ferramentas de tecnologia jurídica mais familiares, como Westlaw, Lexis e software de descoberta eletrônica”, diz o estudo intitulado “Advocacia na era da Inteligência Artificial“.

A pesquisa, conduzida por dois professores de direito da Universidade de Minnesota e um professor de direito da Universidade do Sul da Califórnia, é o mais recente de um crescente corpo de pesquisas que examina a IA no ensino jurídico. 

Os autores do novo estudo recrutaram 60 estudantes de direito de Minnesota para passarem por várias horas de treinamento no GPT-4 e depois completarem quatro tarefas distintas de redação: redigir uma reclamação; um contrato; uma seção de um manual do funcionário; e um memorando do cliente. Cada participante usou o GPT-4 em duas dessas tarefas e completou as outras duas sem IA, e as tarefas foram avaliadas.

O GPT-4 não resultou em nenhuma melhoria estatística, exceto na tarefa de redação do contrato, mas houve “diminuições grandes e consistentes” no tempo que os alunos levaram para concluir as tarefas quando usaram o chatbot, de acordo com o estudo. Os alunos que usaram a IA para redigir uma reclamação gastaram em média 32% menos minutos nessa tarefa.

O estudo insta as escolas de direito a proibirem a utilização de inteligência artificial generativa nos cursos básicos do primeiro ano e nos seus exames, em parte porque a tecnologia ajuda desproporcionalmente os alunos com baixo desempenho. Mas também sugere que as instituições devem desenvolver cursos de nível superior que ensinem aos alunos como utilizar a IA de forma eficaz.

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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