Os líderes empresariais estão considerando a inteligência artificial generativa como uma solução para a escassez de mão de obra, mas expressam preocupações em relação à coleta e armazenamento de dados pessoais, revelou uma pesquisa envolvendo 500 CEOs nos Estados Unidos e no Reino Unido.
A IA generativa tem a capacidade de gerar texto, imagens e outros conteúdos usando modelos generativos; grandes empresas, como a Microsoft, estão investindo significativamente nessa tecnologia, acreditando que ela moldará o futuro.
Os resultados da pesquisa divulgados pela empresa de software Icertis também indicam que a IA transformará as forças de trabalho, fortalecendo a concorrência e impactando os resultados financeiros nos próximos meses, não nos próximos anos.
Os líderes empresariais afirmam que os níveis de emprego serão o principal fator macroeconômico impulsionando a adoção da IA até 2024. Isso é compreensível dada a escassez de mão de obra, levando os empregadores a considerar a IA para realizar tarefas que, de outra forma, seriam executadas por seres humanos.
Atualmente, mais de 75% das empresas da União Europeia enfrentam dificuldades para encontrar profissionais com as habilidades necessárias para preencher empregos, conforme dados do Eurostat. A IA poderia desempenhar um papel crucial na redução dessa disparidade de mão de obra.
Mais da metade dos executivos C-levels entrevistados também afirmaram que a IA intensificará a competição, diminuindo as lacunas entre os concorrentes. Além disso, mais de 80% dos entrevistados esperam que a IA generativa tenha impacto positivo em seus resultados financeiros nos próximos cinco anos.
Entretanto, preocupações com a privacidade podem dificultar a adoção da IA generativa no ambiente de trabalho. Mais de 40% dos executivos expressaram apoio a regulamentações governamentais que priorizem a responsabilidade e a ética sobre oportunidades de inovação. Enquanto isso, 30% eram a favor de um desenvolvimento mais acelerado.
A pesquisa surge uma semana após governos internacionais assinarem um acordo “pioneiro no mundo” sobre IA em uma cúpula global no Reino Unido, visando combater os riscos “catastróficos” que a tecnologia pode apresentar. Esses riscos incluem o desenvolvimento de armas biológicas ou químicas pela IA, disseminação de desinformação e a preocupação com o armazenamento de dados pessoais, já que sistemas de IA demandam grandes quantidades de dados para fazer previsões.
A pesquisa indicou que, devido a preocupações com a privacidade, os executivos do Reino Unido estão mais hesitantes em adotar modelos generativos de IA, como o ChatGPT. Mais de 41% dos executivos nos EUA dariam permissão aos seus funcionários, em comparação com apenas 30% no Reino Unido.
“Esta pesquisa destaca o impacto significativo que a IA generativa pode ter na competição e no sucesso das empresas”, comentou Monish Darda, CTO e cofundador da Icertis. “O ano de 2024 será crucial, pois os executivos determinarão como se diferenciar neste novo mercado”, acrescentou.
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