IA vai combater abuso online contra atletas nas Olimpíadas de Paris

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Isabella Caminoto

14 de junho de 2024 18:30

O Comitê Olímpico Internacional (COI) vai usar inteligência artificial (IA) para bloquear abusos nas redes sociais direcionados aos 15.000 atletas e oficiais nas Olimpíadas de Paris, que começam no mês que vem, disse o presidente Thomas Bach na sexta-feira (14).

Os Jogos Olímpicos acontecem em um contexto geopolítico delicado, com as guerras em curso na Ucrânia, após a invasão russa em 2022, e entre Hamas e Israel em Gaza – eventos que já geraram casos de abuso online.

Mais de 10.500 atletas competirão em 32 esportes nas Olimpíadas de Paris, que devem gerar mais de meio bilhão de interações nas redes sociais durante os 16 dias do evento, segundo o COI.

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Bagagem abandonada e multidões inesperadas – câmeras em tempo real usarão inteligência artificial (IA) para detectar atividades suspeitas nas ruas de Paris durante as Olimpíadas do próximo ano. Mas grupos de direitos civis dizem que a tecnologia é uma ameaça às liberdades civis.

“O COI usará IA em Paris em diferentes áreas”, disse Bach em entrevista coletiva.

“Uma delas é a proteção, já que esperamos meio bilhão de publicações nas redes sociais durante os Jogos. Se alguém levasse apenas um segundo para ler cada postagem, levaria 16 anos para analisá-las todas”, explicou.

“Por isso, o COI fornecerá uma ferramenta de proteção proativa baseada em IA para proteger os atletas do cyberbullying. Essa ferramenta oferece monitoramento abrangente, cobrindo 15.000 atletas e oficiais. Ela identifica e remove automaticamente publicações abusivas para proteger os atletas.”

Atletas russos e bielorrussos não poderão competir sob sua bandeira nacional, mas receberam autorização para participar apenas como atletas neutros, o que irritou Moscou.

O sistema de proteção vai cobrir todos os tipos de abuso, não apenas ataques políticos. O COI não deu detalhes sobre o nível de acesso às contas dos atletas que será necessário para a ferramenta funcionar.

Bach também afirmou que os desdobramentos políticos na França e as próximas eleições legislativas antecipadas, poucas semanas antes das Olimpíadas, não prejudicarão os preparativos ou os próprios Jogos.

“Não, não estamos preocupados”, disse Bach. “Seja o governo ou a oposição, todos expressam não apenas o desejo, mas a determinação de que a França se apresente da melhor forma possível por ocasião dos Jogos Olímpicos.”

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.