Inteligência Artificial

Indústria de IA corre para adaptar chatbots aos vários idiomas da Índia

Publicado por
Isabella Caminoto

Empresas de tecnologia globais e startups locais estão desenvolvendo assistentes virtuais e chatbots com inteligência artificial (IA) para o mercado indiano. O objetivo é atender a vasta gama de idiomas e indústrias do país mais populoso do mundo.

Gigantes como Microsoft e Google, junto a startups como Sarvam AI e Krutrim, trabalham em soluções que funcionem em hindi, tâmil e outros idiomas indianos. O foco está em setores em rápido crescimento, como o de atendimento ao cliente e call centers.

A Índia possui 22 idiomas oficiais, mas estima-se que milhares de línguas e dialetos sejam falados por sua população de 1,4 bilhão de habitantes. Para superar essa barreira, o Google lançou seu assistente Gemini AI em nove idiomas indianos, enquanto a Microsoft oferece o Copilot em 12 línguas locais.

Além disso, a Microsoft pesquisa modelos de linguagem menores e mais baratos, que possam rodar em smartphones ao invés da nuvem. Isso seria ideal para a Índia, onde a conectividade pode ser limitada.

“Queremos tornar a IA simples, fácil de usar e acessível a todos os clientes e parceiros”, disse Puneet Chandok, presidente da Microsoft Índia e sul da Ásia. “Isso envolve contextualizar a tecnologia para o mercado indiano, tornando-a mais relevante e precisa.”

Outro ponto interessante é a parceria da Microsoft com a Sarvam AI, startup indiana que desenvolve ferramentas de IA para empresas locais. O investimento em empresas locais de IA ganha força, pois governos buscam soluções de “IA soberana”, treinadas e armazenadas dentro de seus territórios.

“A cadeia de fornecimento de IA está começando a se fragmentar”, diz Hemant Mohapatra, investidor da Lightspeed Venture Partners. “Se você treina um modelo base na Índia, com dados de cidadãos indianos, áudio, vídeo, texto e diferentes idiomas, então precisa ser uma empresa indiana, focada em casos de uso indianos, fundada por indianos e assim por diante.”

Ao invés de criar grandes modelos de linguagem do zero, o foco está em adaptar soluções existentes para idiomas indianos e usar dados de voz. Isso se adequa melhor a um país onde a comunicação por áudio é comum.

“Ainda há uma lacuna enorme entre esses modelos e casos de uso do mundo real em países complexos como a Índia”, afirma Bejul Somaia, da Lightspeed. “É preciso criar um ecossistema para permitir que as empresas usem os recursos da IA.”

Por fim, vale ressaltar que testar essas tecnologias na Índia beneficia outros mercados. “Estamos usando a Índia como um campo de testes e validando a tecnologia para expandi-la para outras partes do mundo”, disse Tanuja Ganu, da Microsoft Research.

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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