Robôs humanoides operados por inteligência artificial (IA) afirmaram que um dia serão capazes de governar o mundo com mais eficiência que humanos. Foi durante a Cúpula Mundial sobre IA para o Bem Social, organizada pela UIT, agência especializada em tecnologia da ONU, em julho.
No entanto, as máquinas admitiram um desafio a ser superado: dominar as emoções humanas. Um aviso para os seres humanos tomarem cuidado com as tecnologias e seus avanços.
O episódio provocou grande choque no público presente e foi compartilhado com certo alarmismo e sensacionalismo acerca das previsões da IA. Marcos Barretto, professor da Escola Politécnica da USP, cofundador da StartADAM e investidor-anjo da Poli Angels, afirma que as respostas dadas pelos robôs ainda dependem de um treinamento feito por humanos, ou seja, não apresentam autonomia.
O professor ressalta a importância de reconhecer toda e qualquer conversa de humanoides e as pessoas lá presentes como algo programado por humanos. “Alguém programou e treinou os robôs para falar alguma coisa, então, é um pouco como um teatro nesse aspecto, há um script, que foi ensaiado para as máquinas responderem”, explica Barretto.
Assim, a ideia de certa autonomia do humanoide nas declarações não se concretiza, uma vez que ainda há limitações que dependem da ação humana. Além disso, o professor pondera que também houve outros dispositivos que foram otimistas acerca da contribuição da tecnologia para a sociedade.
As emoções humanas, assim como a forma como são transmitidas na voz e nos gestos dos indivíduos, representam barreiras centrais entre os humanoides e seus modelos. Na visão de Barretto, existe uma grande dificuldade em encontrar algoritmos capazes de entender os sentimentos e fazer com que dispositivos tecnológicos se portem de acordo com estes.
“Por exemplo, você está assistindo a um filme e um robô aspirador resolve passar naquele momento. Então, o desenho dos avanços dessas tecnologias parte da compreensão do momento social em que você está vivendo pela máquina”, exemplifica o professor.
Outros contextos da aplicação dessa tecnologia também foram mencionados, como um possível entendimento de situações no trânsito, em que o motorista está desatento e a máquina desenvolve algum dispositivo de compreensão desse momento social.
As respostas geradas pelos robôs na reunião da ONU também se utilizaram do ChatGPT para as interações, de acordo com um modelo de linguagem que se baseia tanto nas informações disponíveis em livros quanto nos conhecimentos a partir das respostas dos próprios humanos. Assim, Barretto destaca que apesar do grande volume de informações adquirido pelas máquinas em comparação à realidade humana de aprendizado, os robôs estão distantes do estágio de vida própria.
(com Jornal da USP)
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