A Meta colocou em pausa os planos para o seu assistente virtual na Europa após receber objeções do regulador irlandês de privacidade, anunciou a empresa na sexta-feira (14).
Em um post no blog, a Meta afirmou que a Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (DPC) pediu para a companhia adiar o treinamento de seus grandes modelos de linguagem em conteúdo publicado publicamente em perfis do Facebook e Instagram.
A Meta diz estar “desapontada” com o pedido, “especialmente porque incorporamos o feedback dos reguladores e as Autoridades Europeias de Proteção de Dados foram informadas desde março”. De acordo com o Irish Independent, a Meta havia começado recentemente a notificar usuários europeus sobre a coleta de dados e oferecia uma opção de opt-out para tentar cumprir com as leis de privacidade europeias.
A Meta afirmou que “continuará a trabalhar em colaboração com a DPC”. Porém, a publicação no blog alega que o Google e a OpenAI “já usaram dados de europeus para treinar IA” e argumenta que, se os reguladores não permitirem o uso de informações dos usuários para treinar seus modelos, a Meta só poderá oferecer um produto inferior. “Simplificando, sem incluir informações locais, só poderíamos oferecer às pessoas uma experiência de segunda categoria. Isso significa que não podemos lançar o Meta AI na Europa no momento.”
Os reguladores europeus, por outro lado, receberam bem a pausa.
“Estamos satisfeitos que a Meta tenha refletido sobre as preocupações que compartilhamos de usuários do seu serviço no Reino Unido e respondido ao nosso pedido de pausar e revisar os planos de usar dados de usuários do Facebook e Instagram para treinar IA generativa”, disse Stephen Almond, diretor executivo de risco regulatório no Information Commissioner’s Office do Reino Unido, em um comunicado.
O pedido da DPC veio após uma campanha do grupo de defesa NOYB (None of Your Business) – que apresentou 11 reclamações contra a Meta em vários países europeus, relata a Reuters. O fundador da NOYB, Max Schrems, disse ao Irish Independent que a reclamação girava em torno da base legal da Meta para coletar dados pessoais. “A Meta basicamente está dizendo que pode usar qualquer dado de qualquer fonte para qualquer propósito e torná-lo disponível para qualquer pessoa no mundo, desde que seja feito por meio da tecnologia de IA”, disse Schrems. “Isso claramente vai contra a conformidade com o GDPR.”
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