O desenvolvimento de inteligência artificial (IA) e tecnologias de supercomputação são processos com uma alta demanda energética. Por esse motivo, a Microsoft compreende que a energia nuclear pode ser uma alternativa para suprir essa necessidade e seguir aprofundando suas pesquisas.
Os chamados data centers, os centros de processamento de dados, consomem enormes quantidades de energia, frequentemente mais do que milhares de residências juntas. As IAs não ficam muito atrás em uma grande necessidade de consumo de energia por conta de suas capacidades computacionais avançadas.
Nesse contexto, a energia nuclear se apresenta cada vez mais como uma alternativa por não possuir emissões de carbono e ser capaz de gerar energia 24 horas por dia. No entanto, esse tipo de medida deve enfrentar uma gama de processos regulatórios nos Estados Unidos antes de sua implementação.
Nos EUA apenas a empresa NuScale Power obteve a aprovação de seu projeto pela Comissão Reguladora Nuclear. Foram US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) gastos pela empresa, com um documento reunindo 12 mil páginas, além de dois milhões de páginas de materiais de apoio.
Durante a recente COP28, diversas nações voltaram seus olhares para o uso de energia nuclear, com especial destaque aos Estados Unidos que se comprometeu a triplicar sua produção nesse tipo de matriz até 2050.
Expressando um firme compromisso com a energia nuclear, a Microsoft recentemente divulgou oportunidades de emprego para especialistas em energia nuclear, visando auxiliar na implementação de SMRs (Reatores Modulares Menores). Além disso, a empresa tem estabelecido acordos para adquirir energia nuclear de usinas já existentes.
Um desses acordos inclui a Constellation Energy, a maior proprietária de usinas nucleares nos EUA, que tem fornecido energia nuclear à Microsoft desde junho para alimentar seu centro de dados localizado na Virgínia, especialmente quando fontes de energia renovável não estão disponíveis.
A empresa de energia prevê que a demanda por energia para novos centros de dados será entre cinco e seis vezes maior do que a necessária para o carregamento de veículos elétricos, sendo essa expansão atribuída, em grande parte, à inteligência artificial.
A Microsoft também vem aproveitando os investimentos realizados na OpenAI para a realização de testes focados em acelerar o processamento de IA por meio da Terra Praxis, uma organização sem fins lucrativos que propõe a transformação de usinas de carvão em potenciais reatores nucleares de menor escala.
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