Inteligência Artificial

MWC recorre a modelos dobráveis e IA para impulsionar as vendas de celulares

O Mobile World Congress (MWC), que acontece em Barcelona, não é mais o que costumava ser. Isso se deve ao fato de que a indústria de smartphones não é mais a mesma de antes.

Publicado por
Vinicius Siqueira

Após um pico em 2021, devido à demanda reprimida durante o auge da pandemia, em 2022 o mercado experimentou uma queda de 12%, de acordo com dados da Canalys. No ano passado, foram vendidas 1,14 bilhão de unidades, representando uma diminuição de 4%. A queda está diminuindo, mas não parando, e os fabricantes estão lutando para encontrar fórmulas para renovar as vendas.

A integração da inteligência artificial (IA) nos dispositivos ou o lançamento de formatos dobráveis são algumas das tendências apresentadas nos smartphones deste ano no MWC. Esta tem sido uma feira comercial um tanto enfraquecida em termos de novos produtos, já que muitos dos dispositivos em exposição já foram apresentados anteriormente. A competição que os fabricantes costumavam travar para lançar o aparelho mais espetacular do evento se tornou uma espécie de recuo universal. Nem mesmo a promessa de destaque global – grande parte da imprensa de tecnologia do mundo comparece à feira comercial – serve como incentivo para as marcas.

A Xiaomi foi o único grande fabricante a lançar sua linha de alta qualidade, embora isso tenha sido precedido por uma apresentação na China. Em seus dispositivos, é a câmera que está em destaque. Graças a uma parceria com a Leica, o Xiaomi 14 apresenta lentes quádruplas e triplas, projetadas para fornecer versatilidade ao fotografar em diferentes cenários, em condições de pouca luz, a distância, muito perto ou alvos em movimento. A inteligência artificial (IA) não falta quando se trata de tirar fotos ou editá-las.

No entanto, a introdução da IA na melhoria da função da câmera está no mercado há algum tempo. Nomeadamente, desde 2017, quando o Google a introduziu em seu Pixel 2 como um complemento ideal para o hardware da lente. Isso já estava em vigor há algum tempo. A novidade consistia em complementar o que já existia de ano para ano.

Além da fotografia, a nova onda de IA generativa  impulsionada por modelos como GPT ou Gemini, parece ser uma grande mudança na indústria. A empresa de análise Counterpoint prevê que 100 milhões de smartphones com essa tecnologia serão vendidos até 2024. Até 2027, haverá 522 milhões de unidades, representando 40% do total.

Os primeiros modelos estão em exposição no MWC 2024. O Samsung Galaxy S24, como visto anteriormente em sua apresentação, oferece múltiplas opções suportadas pela IA. Ele permite otimizar fotos, removendo reflexos, desfoque na edição ou preenchendo fundos através da geração de pixels. Além disso, possui ferramentas para transcrever um arquivo de áudio, resumir um artigo de qualquer site ou traduzi-lo facilmente. A Samsung convidou o EL PAÍS para a feira comercial.

A tecnologia de IA Galaxy, que estará disponível em março para o Galaxy S23 e espera-se que seja introduzida em versões subsequentes, difere da inteligência artificial de outros aparelhos em termos de certas funcionalidades. Ela fornece tradução simultânea de uma conversa telefônica e facilita a localização de informações contextuais sobre qualquer objeto na tela circulando sobre ele.

A Honor apresentou seu Magic6 Pro no MWC, revelado anteriormente na China, e anunciou seu lançamento internacional. Está agora à venda e incorpora o modelo Llama 2 AI (desenvolvido pela Meta), que fornece respostas, semelhante ao que o ChatGPT faz, e permite criar textos. Sua função de câmera também apresenta inteligência artificial. Possui um algoritmo que prevê movimentos e facilita a captura de imagens de ultra-alta definição. Suas três câmeras apresentam uma lente telefoto de 180 megapixels, zoom óptico de 2,5x e zoom digital de 100x.

O MWC 2024 também abraça a tendência de mostrar smartphones dobráveis. Iniciada pela Samsung com seus Galaxy Z Fold5 e Galaxy Z Flip5, a tendência foi adotada por muitos fabricantes. Motorola, Huawei, Oppo e até o Google lançaram seus celulares com dobradiças. Em 2023, a Counterpoint estimou que 16,7 milhões desses dispositivos seriam vendidos, representando apenas 1,5% do mercado total. No entanto, este ano espera-se um salto para 30,6 milhões de dispositivos, representando 2,6% da participação de mercado.

Como atração adicional, algumas marcas estão apostando em alianças no design de seus aparelhos para impulsionar as vendas. Enquanto a Honor tem uma parceria com a Porsche Design, a HMD, proprietária da marca Nokia, anunciou uma colaboração com a empresa de brinquedos Mattel. Dessa parceria surgirá, aproveitando o sucesso do filme de 2023, um celular temático da Barbie. Não há muitas mais informações sobre isso, mas o fabricante pretende se associar a outras marcas de consumo para produzir mais designs nesse sentido.

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Vinicius Siqueira

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