Os semicondutores são materiais com propriedades elétricas intermediárias entre condutores e isolantes, desempenhando um papel crucial na revolução tecnológica do século XX. Sua história começa com a descoberta do efeito de retificação por Frederick Guthrie em 1874, que demonstrou a capacidade de certos materiais de conduzir eletricidade em uma única direção. No entanto, foi somente com o desenvolvimento do transistor em 1947 por John Bardeen, Walter Brattain e William Shockley nos Laboratórios Bell que os semicondutores ganharam destaque, revolucionando a eletrônica moderna.
Ao longo das décadas seguintes, o desenvolvimento de novos materiais e técnicas de fabricação impulsionou o avanço dos semicondutores. O silício se tornou o material dominante, permitindo a produção em massa de circuitos integrados, os chips que compõem o coração de computadores, smartphones, eletrodomésticos e uma infinidade de outros dispositivos.
As vendas de semicondutores deverão crescer 13,1% a nível global em 2024, segundo estimativas da Semiconductor Industry Association (SIA). O grupo que representa o setor calcula que as vendas de 2023 totalizaram US$ 526,8 bilhões, o que representa uma queda de 8,2% em relação ao recorde histórico de US$ 574,1 bilhões em 2022, devido à expansão de tecnologias emergentes como inteligência artificial (IA), 5G e internet das coisas (IoT). Empresas líderes como Intel, TSMC, Samsung e Nvidia continuam a investir massivamente em pesquisa e desenvolvimento para manter a competitividade em um mercado cada vez mais dinâmico e exigente.
Os semicondutores são fundamentais na fabricação de uma ampla gama de dispositivos eletrônicos. O silício, o material semicondutor mais utilizado, é empregado na fabricação de chips integrados que compõem processadores, memórias e sensores. Tecnologias avançadas, como a litografia ultravioleta extrema (EUV), permitem a criação de circuitos extremamente pequenos, essenciais para aumentar a eficiência e o desempenho dos dispositivos eletrônicos.
Além do silício, outros materiais semicondutores como o germânio e o arseneto de gálio são usados em aplicações específicas, como dispositivos de alta frequência e optoeletrônicos. A nanotecnologia e a fabricação aditiva estão revolucionando a produção de semicondutores, permitindo a criação de estruturas tridimensionais e dispositivos com propriedades físicas aprimoradas.
Os semicondutores são a espinha dorsal da inteligência artificial, possibilitando o processamento de grandes volumes de dados e a execução de algoritmos complexos em alta velocidade. Processadores especializados, como as unidades de processamento gráfico (GPUs) e as unidades de processamento tensorial (TPUs), são projetados para acelerar tarefas de aprendizado de máquina e redes neurais profundas.
Empresas como Nvidia lideram a inovação em chips de IA, desenvolvendo arquiteturas que oferecem desempenho superior para aplicações de IA. Esses chips são usados em data centers, dispositivos de borda e até mesmo em produtos de consumo como smartphones e assistentes virtuais.
A demanda por semicondutores continua a crescer exponencialmente, impulsionada pela adoção de tecnologias emergentes em setores como automotivo, saúde, telecomunicações e manufatura. A escassez global de semicondutores, exacerbada pela pandemia de COVID-19, destacou a importância desses componentes na economia mundial e a necessidade de uma cadeia de suprimentos resiliente.
Governos e empresas estão investindo em infraestrutura e capacidade de produção para garantir o fornecimento contínuo de semicondutores. Iniciativas como a ‘Lei de Chips’ dos Estados Unidos e programas similares na Europa e Ásia visam aumentar a capacidade de produção doméstica e reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros.
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