O Banco Central do Brasil está desenvolvendo uma nova moeda digital chamada Real Digital. Na última quarta-feira (8) ela começou oficialmente a ser testada, como prometeu recentemente o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Autoridades dizem que a moeda deve estar disponível para uso público no próximo ano. Entenda o que isso significa.
Ao contrário das criptomoedas, o Real digital é uma moeda soberana emitida pelo Banco Central e segue as políticas econômicas e monetárias do Real convencional, o que o torna mais estável e seguro.
A moeda também promete aumentar a eficiência do sistema de pagamentos e facilitar transações de valores elevados entre participantes do sistema financeiro.
O Real Digital será acessível a todos e poderá ser utilizado para transações cotidianas, transferências, pagamentos e até mesmo saques em dinheiro físico.
A movimentação de recursos seguirá os mesmos parâmetros da moeda convencional, mas é importante destacar que o Real Digital é de responsabilidade direta do Banco Central, enquanto o dinheiro depositado nas contas bancárias é de responsabilidade das instituições financeiras.
A principal diferença entre o Real Digital e outras formas de pagamento é que ele está sendo desenvolvido com foco em operações em ambiente virtual, para fomentar novos modelos de negócios em contexto de uma nova economia.
O especialista em Direito Econômico e Finanças, Fabiano Jantalia, explica que “essas características impedem que ele seja ‘minerado’ ou sofra grandes oscilações”.
O especialista explica a diferença entre a moeda do BC e as criptomoedas: “as criptomoedas são moedas virtuais de emissão privada, ativos com elevada volatilidade, sujeitas a riscos operacionais, jurídicos e de mercado típicos do mercado de capitais”.
A moeda também permitirá a incorporação de contratos inteligentes e outros serviços financeiros digitais, proporcionando maior flexibilidade, melhor adequação dos produtos às necessidades dos consumidores e custos de intermediação mais baixos.
A advogada e especialista em Meios de Pagamento e Fintechs, Mariana Prado Lisboa, conta que essa é “uma tentativa do Banco Central de acompanhar a evolução acelerada do comportamento da população, que poderá ser convertido a outras formas de pagamento hoje já disponíveis”.
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