Parte significativa de desenvolvedores de games são céticos em relação ao metaverso, aponta pesquisa

Em março deste ano, nos Estados Unidos, acontece mais uma edição da Game Developers Conference (GDC), e, para discussões no evento, a organização da conferência entrevistou 2300 desenvolvedores de jogos. A ideia é produzir o 11° relatório sobre o “Estado da indústria de jogos”. Os 'devs' responderam perguntas sobre plataformas de metaverso e se a tendência deve virar nos próximos tempos. Confira.

Publicado por

Uesley Durães

21 de janeiro de 2023 11:30

De acordo com a pesquisa, a Meta não é a principal promessa para o metaverso nos próximos anos. Para 14% dos entrevistados, antes da Meta, a Epic Games é a empresa com maior potencial para fazer o metaverso virar nos próximos anos.

Em segundo lugar vem a empresa de Mark Zuckerberg, com 7%, empatado com a Microsoft.

Fonte: GDC 2023 State Of The Game Industry

Além das três plataformas mais lembradas, o Roblox aparece com 5% das opiniões como a mais promissora. Google e Apple vem na sequênica, com 3% cada.

Vale lembrar que, na ponta das mais lembradas e com maior potencial, de acordo com os desenvolvedores, há plataformas consolidadas de metaverso: A Epic com o Fortnite, a Meta com Horizon Worlds, e a Microsoft com Minecraft.

Outras gigantes da tecnologia como Sony, Tencent e Amazon também foram lembradas, mas com pouca predominância.

A GDC compartilhou o depoimento de um dos desenvolvedores entrevistados:

“O metaverso deve ser construído por seus próprios usuários em uma plataforma destinada ao uso público; um espaço compartilhado criativo. Qualquer versão dele que exista apenas nas mãos de uma corporação como plataforma de anúncios, estação de trabalho virtual ou mercado imobiliário virtual está fadada ao fracasso. Resumindo: ele precisa ser construído com coisas com as quais os usuários realmente se importam”, pontuou.

O que leva as pessoas a desconfiarem desse novo momento da web?

O ano de 2022 foi complexo para o metaverso. Entre desconfianças e excesso de gastos, a Meta, por exemplo, foi cobrada por falta de resultados efetivos durante esse período, após todo o hype de 2021. Apesar desse momento de incertezas, outras grandes corporações continuam apostando alto nas tecnologias da web3. Conversamos com o mestre em Gestão Empresarial e palestrante sobre o metaverso, Arthur Igreja, para entender o que leva as pessoas a não botarem fé na espacialização da internet.

A pesquisa foi divulgada no dia 19. Apesar de apontarem as empresas que acreditam fazer o metaverso “vingar”, uma fatia dos profissionais da indústria do desenvolvimento digital acha que o metaverso pode não cumprir sua promessa.

De acordo com a pesquisa, 45% dos ‘devs’ são céticos quanto ao metaverso. Entre os argumentos estão a falta de clareza, a falta de interatividade e o alto custo do hardware (fones de ouvido VR caros) são os motivos da desconfiança.