A inteligência artificial (IA) pode servir de base para políticas públicas que reduzam a exposição aos comerciais de ultraprocessados, incentivando melhores escolhas alimentares. Saiba mais!
Pela primeira vez, pesquisadores conseguiram treinar computadores para identificar e categorizar alimentos em anúncios televisivos, tanto em canais abertos quanto fechados. Essa abordagem pode simplificar a monitorização desses conteúdos comerciais.
A metodologia, desenvolvida por acadêmicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Universidade de São Paulo (USP), foi detalhada em um artigo publicado na revista científica “Public Health Nutrition“.
Usando aprendizado de máquina, pesquisadores conseguiram reduzir significativamente o tempo gasto na análise de comerciais, automatizando o processo com alta precisão. Os computadores treinados alcançaram uma taxa de identificação de vídeos com alimentos de 90% nos testes.
A equipe capacitou os computadores para reconhecer alimentos em vídeos publicitários de três canais de televisão aberta e dois canais pagos, analisando mais de 2 mil horas de gravações de comerciais de 2018 a 2020. Eles identificaram 703 anúncios de alimentos, entre produtos minimamente processados e ultraprocessados, além de 20 mil anúncios não alimentícios, como roupas, carros e eletrônicos.
Nos testes, a análise de 1.420 anúncios foi realizada em apenas 42 minutos, enquanto uma equipe levaria duas semanas para realizar a mesma análise. Isso representaria gravar 720 horas de programação em oito dias desses canais. Além de economizar recursos financeiros, o método validado no estudo permite uma análise mais extensa de dados, simplificando a comparação e o compartilhamento de informações entre instituições e pesquisadores.
Essa ferramenta, capaz de identificar comerciais de alimentos ultraprocessados com alto teor de gorduras saturadas, sódio e açúcar, pode influenciar protocolos internacionais de monitoramento de publicidade de alimentos e regulamentações locais.
Michele Rodrigues, da UFMG, uma das autoras da pesquisa, acredita que ela pode ter um impacto positivo sobre o consumo alimentar. “Com essa ferramenta, podemos contribuir para o aumento de evidências científicas que irão embasar políticas públicas orientadas a reduzir a exposição individual à publicidade de alimentos não saudáveis, o que pode impactar em melhores escolhas alimentares”.
A pesquisadora enfatiza que entender o impacto das propagandas de alimentos na saúde pública é crucial para abordar os desafios nutricionais globais. Isso demanda uma abordagem integrada entre diferentes áreas do conhecimento. O próximo passo do grupo de pesquisa é analisar estratégias de marketing específicas e ampliar a identificação de produtos alimentícios saudáveis e não saudáveis, expandindo o monitoramento para a mídia digital.
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