Inteligência Artificial

Pesquisadores desenvolvem rede neural para interação entre IAs

Pesquisadores da Universidade de Genebra (Unige) conduziram um experimento onde duas inteligências artificiais (IAs) foram colocadas para interagir entre si.

Publicado por
Vinicius Siqueira

O estudo, publicado na revista Nature Neuroscience, teve como propósito examinar habilidades cognitivas normalmente associadas aos seres humanos na inteligência artificial (IA), como a capacidade de aprender e transmitir conhecimento para outro indivíduo.

Segundo Alexandre Pouget, professor da Unige, a capacidade de traduzir instruções em ações sensório-motoras e explicá-las para outra IA era vista como um desafio inalcançável até então. No entanto, o experimento recente superou essa barreira ao desenvolver um modelo de neurônios artificiais capaz de realizar essa dupla função.

O processo envolveu o uso de um modelo preexistente chamado S-Bert, composto por 300 milhões de “neurônios”, conectado a uma rede neural mais simples para facilitar o aprendizado e a comunicação. Esse sistema foi treinado para compreender e produzir linguagem, imitando as funções cerebrais humanas.

Os neurocientistas concentraram-se em replicar digitalmente as áreas do cérebro humano responsáveis pela interpretação e articulação da linguagem, conhecidas como áreas de Wernicke e Broca, respectivamente. Foi esse processo que permitiu a comunicação entre as IAs.

Como resultado, uma IA conseguiu aprender uma ação e ensiná-la à outra, utilizando computadores convencionais e textos em inglês. Esse avanço representa um novo patamar na interação linguística entre inteligências artificiais.

Para Pouget, essa capacidade das IAs de descrever tarefas para outras, possibilitando sua reprodução, é um marco significativo. Esse experimento pode ser considerado um dos primeiros casos em que duas IAs conseguem se comunicar dessa maneira.

Esses avanços na área de IA corroboram a visão de especialistas como Sam Altman, CEO da OpenAI, sobre o potencial iminente da inteligência artificial geral. Isso sugere que avanços significativos na comunicação e cognição das máquinas já estão sendo alcançados, e mais podem estar por vir.

Portanto, o experimento foi bem-sucedido em superar a barreira de traduzir instruções em ações sensório-motoras e explicá-las para outra IA, utilizando um modelo de 300 milhões de “neurônios” para facilitar a compreensão e produção de linguagem. Uma IA foi capaz de aprender uma tarefa e ensiná-la a outra, demonstrando interação linguística e capacidade cognitiva avançada, replicando funções cerebrais humanas como as áreas de Wernicke (interpretação da linguagem) e Broca (articulação de palavras).

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Vinicius Siqueira

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