O Fluminense será a prioridade de Fernando Diniz durante o período em que dividir as funções de técnico do time carioca e interino na Seleção Brasileira, que aguarda a chegada do italiano Carlo Ancelotti para 2024, informou o presidente do clube, Mário Bittencourt.
“Nossa decisão foi em função de manter o nosso treinador. A ideia é que ele siga com o Fluminense como prioridade e na data Fifa treinar a Seleção. Temos certeza de que não vai afetar o trabalho aqui”, disse Bittencourt em entrevista coletiva no Rio de Janeiro.
Diniz, de 49 anos, foi anunciado na terça-feira como técnico interino da Seleção durante um ano, enquanto Ancelotti cumpre seu contrato com o Real Madrid, que vai até junho de 2024.
O técnico italiano vai assumir o time brasileiro na Copa América do ano que vem, que será disputada nos Estados Unidos de 20 de junho a 14 de julho, segundo o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Diniz vai estrear na Seleção em setembro, contra Bolívia e Peru, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.
“A rotina aqui continuará igual, durante todo esse período ele estará trabalhando ‘full time’ com o Fluminense”, afirmou Bittencourt.
Quando estiver na Seleção, os treinos do time carioca serão comandados por um de seus auxiliares e, sob nenhuma hipótese, Diniz estará ausente em algum jogo da equipe.
O Fluminense, que está na sexta posição no Campeonato Brasileiro, a 12 pontos do líder Botafogo, e vai enfrentar o Argentinos Juniors nas oitavas de final da Copa Libertadores, em agosto, aceitou o acordo com a CBF porque considera que não será prejudicado.
Além disso, era um desejo do treinador e o clube receberá da CBF uma “excelente compensação financeira”.
Diniz “vai ter que tirar mais horas de sono… tem total capacidade de direcionar o seu foco em mais de uma atividade”, ressaltou Bittencourt.
O treinador vai ocupar o posto de interino que era desempenhado por Ramon Menezes, técnico da Seleção Sub-20, que assumiu o time principal depois da saída de Tite, após a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo de 2022.
O anúncio de Diniz gerou críticas de torcedores e setores da imprensa, que apontam possível conflito de interesses na elaboração da lista de convocados.
“O Fernando é um sujeito de grande caráter, ético”, destacou o presidente do Fluminense.
Embora incomum, não é a primeira vez que a Seleção e um clube brasileiro dividem um técnico.
Os dois casos mais recentes aconteceram com Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão.
Luxemburgo substituiu Zagallo após o vice-campeonato mundial em 1998, quando ainda era técnico do Corinthians, e acumulou as funções até o final daquele ano.
Leão assumiu no lugar de ‘Luxa’, demitido em setembro de 2000, após tropeços da equipe e problemas com a justiça.
Em outubro, o ex-goleiro foi anunciado como técnico da Seleção e continuou no comando do Sport Recife até o fim do ano.
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