A Ucrânia está em uma corrida tecnológica contra a Rússia. Várias startups locais estão desenvolvendo sistemas de inteligência artificial (IA) para controlar enxames de drones, levando a guerra a um novo patamar.
A ideia é superar o crescente uso de interferências de sinal russas e permitir que os drones operem em grupos maiores, de forma mais autônoma. As empresas ucranianas estão focadas em três áreas principais: sistemas visuais para identificação de alvos e navegação, mapeamento de terreno e criação de “enxames” de drones interconectados.
A Swarmer é um exemplo dessas startups. Ela desenvolveu um software que permite que drones tomem decisões coletivas instantaneamente, com mínima intervenção humana. Segundo a empresa, controlar manualmente um enxame de 10 ou 20 drones é praticamente impossível.
Desde o início da invasão russa em 2022, mais de 200 empresas de tecnologia surgiram na Ucrânia, muitas vezes com civis sem experiência militar. O sistema da Swarmer, chamado Styx, gerencia uma rede de drones de reconhecimento e ataque, tanto aéreos quanto terrestres. Cada drone pode planejar seus próprios movimentos e prever as ações dos outros.
Além de aumentar a eficiência, a automação visa proteger os pilotos de drones, que são alvos prioritários. No entanto, a tecnologia ainda está em desenvolvimento e enfrenta desafios éticos. Especialistas alertam para os riscos de sistemas de armas totalmente autônomos, que podem violar leis humanitárias e reduzir o limiar para iniciar conflitos.
A IA já é usada em ataques ucranianos a longa distância contra instalações militares e refinarias de petróleo na Rússia. Esses ataques frequentemente envolvem enxames de drones, com alguns atuando como iscas para distrair as defesas aéreas enquanto outros seguem para o alvo.
A necessidade por drones com IA se tornou ainda mais urgente com o aumento do uso de sistemas de guerra eletrônica (EW) russos, que interferem nos sinais entre pilotos e drones. Os pequenos drones FPV, amplamente utilizados por ambos os lados, estão enfrentando dificuldades devido a essa interferência.
Para superar esse problema, empresas como a Swarmer estão desenvolvendo sistemas que permitem aos drones identificar alvos usando apenas suas câmeras. Isso torna os drones menos dependentes do piloto e, consequentemente, menos vulneráveis à guerra eletrônica.
Embora a tecnologia de drones com IA exista há anos, seu alto custo limitava sua aplicação. Agora, o desafio é desenvolver sistemas acessíveis para equipar a linha de frente de 1.000 km com milhares de drones. Utilizando componentes baratos como o Raspberry Pi, algumas empresas conseguiram reduzir o custo de um sistema básico de identificação de alvos para cerca de US$ 150 por drone.
A corrida pela superioridade tecnológica no campo de batalha está em pleno andamento, e os drones com IA podem ser um fator decisivo nesse conflito.
Leia também:
Este post foi modificado pela última vez em %s = human-readable time difference 12:00
O Google DeepMind acaba de lançar o FACTS Grounding, um novo benchmark projetado para avaliar…
A Nvidia acaba de apresentar o Jetson Orin Nano Super Developer Kit, um supercomputador de…
A OpenAI acabou de lançar uma série de atualizações para desenvolvedores no 9º dia do…
A startup de inteligência artificial (IA) Higgsfield acabou de apresentar o ReelMagic, uma plataforma multiagente…
A OpenAI acaba de anunciar uma expansão significativa do seu recurso de pesquisa ChatGPT no…
O Google acaba de anunciar o lançamento do Veo 2, um modelo de geração de…