Biden concede perdão a milhares de condenados por posse de maconha nos EUA

Joe Biden anunciou, nesta quinta (6), o perdão a mais de 6 mil condenados por posse de maconha. O presidente dos Estados Unidos cumpriu, assim, uma das exigências de seus apoiadores, faltando cerca de 30 dias para as eleições legislativas de meio de mandato.

“Estou anunciando o perdão de todos os crimes federais anteriores por simples posse de maconha”, disse Biden em comunicado.

Cerca de 6.500 pessoas estão condenadas por normas federais sobre a maconha, disseram funcionários do governo aos jornalistas. O perdão será concedido a outros milhares de condenados. (Poder 360º)

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Biden também pediu às autoridades sanitárias e judiciais que repensem penas associadas à maconha. Em publicação do Twitter nesta quinta (6) Biden afirmou que a concessão do perdão vem para “encerrar uma abordagem fracassada” sobre a posse da planta.

“Classificamos a maconha no mesmo nível da heroína – e mais grave que o fentanil. Isso não faz sentido”, disse o chefe do Executivo em , reforçando a necessidade de rever a forma como as leis federais lidam com o tema.

Combate ao tráfico, discriminação e segurança

O presidente norte-americano, entretanto, insistiu na importância de continuar a luta contra o tráfico e a venda da substância para menores de idade. Segundo ele, as novas medidas também pretendem retificar os processos penais que afetam de maneira desproporcional as minorias étnicas.

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“Anular os antecedentes criminais das pessoas condenadas por posse de drogas é uma questão de justiça social”, ressaltou a influente legisladora progressista Pramila Jayapal.

Um avanço para a descriminalização

Atuamente, o movimento pela descriminalização da cannabis tem forte apoio nos Estados Unidos. No início de abril deste ano, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei para retirar a cannabis da lista federal de drogas perigosas. O texto, no entanto, ainda precisa ser ratificado pelo Senado.

No geral, a população norte-americana é amplamente favorável à legalização da planta. De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto Pew Research Center no ano passado, 91% dos adultos pensam que a maconha deveria ser legal, para uso médico, recreativo ou ambos.

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Regulamentação dividida

Apesar da maconha continuar ilegal a nível federal, 19 dos 50 estados americanos, assim como o Distrito de Columbia, onde fica a capital do país, já legalizaram o consumo de cannabis com fins recreativos para adultos.

Na maioria dos estados, seu uso medicinal está autorizado em diferentes níveis, desde óleos que contêm um nível reduzido de THC (tetra-hidrocanabinol, o princípio psicoativo da cannabis) até a erva propriamente dita. Apenas alguns estados ultraconservadores e rurais resistem, como Idaho, Wyoming e Nebraska. (Folha de S.Paulo)

As vendas de maconha legalizada nos Estados Unidos movimentaram cerca de 25 bilhões de dólares no ano passado e todos os especialistas preveem que o setor vai crescer rapidamente nos próximos anos.

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Chamado aos jovens

O anúncio de Biden nesta quinta (6) simboliza um primeiro passo para sua reclassificação. O consumo de maconha entre os jovens americanos alcançou níveis sem precedentes em 2021, segundo um estudo recente.

A decisão do presidente também pode ser interpretada como um chamado a esse eleitorado, faltando um mês para as eleições legislativas de meio de mandato.

(Com AFP)

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