Harvey Weinstein, que desencadeou o “Me Too”, é sentenciado a 16 anos de prisão por estupro em Los Angeles

Ele já foi o todo-poderoso de Hollywood, e agora amarga mais uma sentença após condenação pelo estupro de uma mulher em um hotel em Beverly Hills, na Califórnia, há uma década. Weinstein foi sentenciado nesta quinta (23) a 16 anos de prisão, o que significaria passar o resto de sua vida atrás das grades. O magnata coleciona uma série de acusações de abuso sexual e agressões a mulheres, e a revelação de boa parte delas fez viralizar o movimento #MeToo na internet.

*esta reportagem foi atualizada às 16h53 com a condenação

Há mais de cinco anos, reportagens com denúncias de abuso sexual praticados por Harvey Weinstein – até contra atrizes famosas – estimularam as mulheres a falar publicamente sobre suas próprias experiências com violência sexual, no que ficou conhecido como movimento #MeToo .

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Harvey Weinstein, hoje com 70 anos, já ganhou até um Oscar, mas hoje cumpre uma pena de 23 anos por agressões sexuais em um processo concluído em 2020, em Nova York. Com a condenação em Los Angeles, pega outros 16 anos de cadeira.

Durante um mês, os 12 membros do júri ouviram mulheres, que em seu momento buscavam construir uma carreira no mundo do entretenimento, acusarem o magnata do cinema de encurralá-las e abusar delas em quartos de hotel.

Weinstein, cuja defesa apelou das acusações nos dois estados em que foi julgado, foi declarado culpado em 19 de dezembro em um tribunal de Los Angeles por estupro, sexo oral forçado e penetração forçada com um objeto. A identidade da vítima foi preservada pela corte.

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As mulheres, entre elas a agora primeira-dama da Califórnia, Jennifer Siebel-Newsom, detalharam encontros sexuais contra sua vontade e sob coerção física, ou psicológica.

Os acusadores argumentaram que o produtor explorou e abusou das mulheres durante anos, beneficiando-se da impunidade proporcionada por sua posição de poder na indústria do entretenimento.

A Promotoria caracterizou-o como um predador sexual que usava sua influência para pressionar e abusar de mulheres, aproveitando-se também de seu porte físico para intimidá-las.

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O júri declarou-o culpado de abusar sexualmente de uma das mulheres, mas o absolveu das acusações de agressão feitas por uma segunda mulher e não chegou a um consenso sobre as acusações relacionadas com outras duas demandantes, incluindo Siebel-Newsom.

A história virou filme

O escândalo sexual em Hollywood e o trabalho jornalístico de Megan Twohey e Jodi Kantor, repórteres do New York Times ,virou filme: “She said”, estreou nos cinemas dos EUA em novembro de 2022.

Imagem: Reprodução Twitter

Defesa de Harvey tentou anular julgamento

A sessão desta quinta-feira começou com a audiência sobre uma moção da defesa, pedindo um novo julgamento ou um veredito reduzido.

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Documentos judiciais aos quais a AFP teve acesso afirmam que os advogados de Weinstein foram impedidos de receber provas importantes sobre a vítima de estupro, incluindo mensagens no Facebook com um suposto amante, consideradas irrelevantes pela Justiça. O pedido da defesa foi negado.

(Fonte: AFP)

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