Créditos da imagem: AFP

Mahsa Amini: cidade natal da jovem tem internet cortada e ataques contra manifestantes

Manifestantes se reuniram nesta quarta-feira (26) para prestar homenagens à Mahsa Amini, em uma cerimônia que marca o fim do tradicional luto de 40 dias. A jovem iraniana de 22 anos morreu após ser detida pela polícia moral. Segundo ONG, forças de segurança do país abriram fogo contra os manifestantes.

“As forças de segurança atiraram gás lacrimogêneo e abriram fogo contra pessoas na praça Zindan em Saqez”, afirmou no Twitter o grupo de defesa dos direitos humanos Hengaw, que tem sede na Noruega.

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“Mulher, vida, liberdade” e “Morte ao ditador” foram algumas frases gritadas por centenas de mulheres e homens reunidos no cemitério Aichi de Saqez, na província do Curdistão, oeste do Irã, de acordo com vídeos divulgados nas redes sociais. Segundo a agência iraniana Fars, quase duas mil pessoas se reuniram no local onde Mahsa Amini foi sepultada.

O acesso à Internet foi bloqueado por “razões de segurança” na cidade iraniana de Saghez, de onde ela era originária.

A jovem de 22 anos morreu em 16 de setembro, depois de ter sido detida três dias antes pela polícia moral quando visitava Teerã com o irmão. Ela foi acusada de supostamente violar o rígido código de vestimenta da República Islâmica, que impõe o uso do véu às mulheres.

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A morte da jovem provocou uma onda de protestos em todo o país, liderados por mulheres que desafiam as autoridades e queimam os véus. A repressão aos protestos provocou pelo menos 141 mortos, incluindo crianças, segundo um balanço atualizado da ONG Iran Humans Rigths (IHR).

Nesta quarta-feira (26), o óbito de Amini completa 40 dias, o que marca o fim do período de luto tradicional no Irã.

De acordo com ativistas dos direitos humanos, as forças de segurança advertiram os pais da jovem a não organizar nenhuma cerimônia, nem mesmo diante do túmulo, e ameaçaram o filho do casal. Vídeos publicados mais cedo pelo grupo Hengaw mostram a polícia patrulhando as ruas de Saqqez, que teve as entradas bloqueadas, desde a noite de terça-feira (25).

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(Com AFP)

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