Nesta quarta-feira (30), Ngozi Fulani, diretora da organização de defesa das vítimas da violência de gênero Sistah Space, contou na página da entidade do Twitter que uma pessoa da comitiva real, que identificou como “Lady SH”, tinha perguntado insistentemente sobre sua origem africana durante uma recepção oferecida na véspera (29) no Palácio de Buckingham para debater o combate à violência contra as mulheres.
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Ativista contra a violência doméstica, Ngozi Fulani disse que foi repetidamente questionada pela madrinha de Willian sobre seus antepassados durante o encontro.
Após responder que tinha nascido e crescido no Reino Unido, a mulher teria insistido: “Não, mas de onde vem na África?”, “Quando vieram pela primeira vez?”.
Outra ativista, Mandu Reid, do Partido para a Igualdade das Mulheres, testemunhou o fato, que qualificou de “penoso” e de um “interrogatório”.
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Afastamento
O Palácio de Buckingham levou o incidente de terça-feira “extremadamente a sério” e, em nota, tachou os comentários de “inaceitáveis e realmente lamentáveis”.
“Fizemos contato com Ngozi Fulani e a estamos convidando para falar de sua experiência pessoalmente, se assim desejar”, informou.
“A pessoa em questão [a Sra. Hussey] deseja expressar suas mais profundas desculpas e deixou sua função honorária com efeito imediato”, assegurou o comunicado, destacando que todos os membros da família real foram “lembrados de que são obrigados a observar o tempo todo as políticas de diversidade e inclusão”.
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Susan Hussey, foi durante décadas dama de companhia de Elizabeth II e uma de suas auxiliares de confiança. Ela a acompanhou no carro para o funeral de seu marido, em abril de 2021.
A rainha consorte, Camilla Parker Bowles, manteve Hussey, embora tenha renunciado à comitiva de damas de companhia.
Viúva de um ex-presidente da BBC, seu personagem aparece em um episódio da última temporada da série “The Crown”, da Netflix.
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Visita aos EUA
William e Kate chegaram ao aeroporto internacional de Logan, em Boston, em um voo comercial para uma visita de três dias, para falar sobre mudanças climáticas. Eles foram recebidos aos pés da escadaria do avião pelo governador de Massachusetts, Charlie Baker.
Depois, eles seriam recebidos pela prefeita de Boston, Michelle Wu, pelo enviado americano para o clima, John Kerry, e pela embaixadora americana na Austrália, Caroline Kennedy, na Prefeitura da cidade.
Esta é a primeira visita ao exterior do casal desde que William passou a ser o herdeiro do trono britânico em setembro, quando seu pai se tornou o rei Charles III após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II.
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A última visita do casal aos Estados Unidos remonta a 2014, quando os dois estiveram em Nova York e Washington, uma viagem que incluiu uma recepção na Casa Branca com o então presidente americano, Barack Obama, e seu vice, Joe Biden, hoje chefe do Executivo.
A Casa Branca anunciou que Biden se reunirá com os príncipes de Gales na sexta-feira.
Sobre o episódio de racismo, o porta-voz do casal em Boston afirmou: “O racismo não tem lugar na nossa sociedade”, e assegurou que estes “comentários são inaceitáveis e é justo que a pessoa tenha se afastado com efeito imediato”.
Ainda segundo o porta-voz, William não se envolveu na decisão, mas “acredita” que foi “o correto” e “não fará comentários”.
(Com AFP)
