10 perguntas e respostas sobre uso de anabolizantes

A prescrição de anabolizantes para fins estéticos e melhora do desempenho esportivo está proibida desde abril deste ano pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Além dos sérios riscos à saúde, não há nenhuma comprovação científica dos benefícios e da segurança. Apesar disso, eles continuam sendo receitados e, segundo médicos, o número de pacientes com graves complicações não para de crescer. Por isso separamos as principais dúvidas para você compreender o assunto.

As terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA) são um grupo de substâncias sintéticas formadas à base do hormônio testosterona.

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“Tenho recebido cada vez mais casos encaminhados por cardiologistas, hepatologistas e psiquiatras. Essas complicações, muitas vezes, são irreversíveis e potencialmente fatais”, alerta o endocrinologista Clayton Macedo, que coordena o núcleo de Endocrinologia do Exercício e do Esporte no Hospital Israelita Albert Einstein e o Serviço de Endocrinologia do Exercício e do Esporte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O assunto foi tema de uma reunião científica da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, que desconstruiu os principais motivos usados por prescritores das famosas “bombas” para fins estéticos e de performance.

Confira a seguir 10 perguntas e respostas elaboradas por especialistas sobre o uso de anabolizantes:

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1. Os médicos têm autonomia para prescrever remédios e, por isso, podem receitar anabolizantes?

Os médicos têm autonomia mas com limite para prescrição de remédios, incluindo anabolizantes. A prescrição deve ser baseada na responsabilidade e nos princípios da bioética, considerando os malefícios e benefícios de cada tratamento. O uso de hormônios requer indicações precisas e aprovação em casos específicos.

2. Se a pessoa anda muito cansada, a testosterona pode ajudá-la a se sentir melhor?

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A testosterona não é uma solução para a fadiga crônica, pois esse problema pode ter várias causas complexas, desde hábitos de sono, condições metabólicas, cardiovasculares, psicológicas e estilo de vida. É necessário investigar as causas subjacentes para um diagnóstico e tratamento adequados. A testosterona não é recomendada como forma de alívio para a fadiga.

3. Os efeitos colaterais dos anabolizantes são pequenos e reversíveis?

Pelo contrário: os anabolizantes têm uma longa lista de efeitos colaterais que afetam vários sistemas do corpo. No cérebro, podem levar ao aumento da agressividade, chegando a quadros mais graves, como alucinações. Eles alteram a composição corporal, facilitando o acúmulo de gordura abdominal e visceral, causando fragilidade nos tendões e aumentando o risco de ruptura. Não há dose segura para o uso dessas substâncias, e alguns efeitos colaterais podem ser irreversíveis e até fatais.

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4. O uso de testosterona diminui o risco cardiovascular?

O uso de testosterona só foi cientificamente comprovado como benéfico para pacientes com hipogonadismo. Em pessoas saudáveis, o uso de testosterona pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes, entre outros.

5. Estudos mostram que a testosterona melhora a massa muscular. Como ela diminui gordura e aumenta músculos, pode ser usada para tratar obesidade e reduzir principalmente a gordura abdominal?

A testosterona tem benefícios limitados em aumentar a massa muscular, e a afirmação esse tipo de esteroide é eficaz para tratar obesidade não tem embasamento científico. Os estudos mostram benefícios apenas em pacientes específicos, com quadros graves de caquexia (uma condição médica caracterizada por perda de peso, perda de massa muscular e fadiga extrema em pessoas que estão gravemente doentes) ou queimaduras, e que usaram doses farmacológicas do hormônio. O tratamento da obesidade requer uma abordagem integral, envolvendo mudanças no estilo de vida e, se necessário, intervenções médicas específicas.

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6. Se as mulheres podem tomar pílula ou fazer Terapia de Reposição Hormonal (TRH), por que não podem tomar esteroides?

Os contraceptivos e a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) têm protocolos específicos e riscos conhecidos: é feita com estrógeno e, em alguns casos, progesterona. Na menopausa, o estrógeno despenca causando os efeitos negativos como aumento do colesterol e diminuição da libido, entre outros. A testosterona não faz parte da reposição hormonal feminina, e sua dosagem não é necessária, a menos que haja suspeita de excesso.

Nos EUA, um jovem ficou com o corpo coberto por espinhas após tomar esteroides para ganhar músculos rapidamente. Imagem: Reprodução Instagram

7 . Se as pessoas trans podem usar hormônios, por que eles não podem ser usados com fins estéticos por outras pessoas? 

O uso de hormônios por pessoas trans é uma intervenção médica legítima, mas deve ser feito sob supervisão especializada. O uso de esteroides anabolizantes com fins estéticos apresenta riscos graves e imprevisíveis para a saúde.

8. Se a taxa de hormônios cai com a idade, por que não se pode aumentar a dose deles?

Aumentar a dose de hormônios em pessoas idosas não é recomendado, pois o envelhecimento envolve alterações em todo o corpo. O tratamento adequado envolve a identificação e tratamento das causas subjacentes das queixas dos pacientes.

9. O implante usado para liberar os hormônios (também conhecido como “chip da beleza”) é feito sob medida e customizado a partir do quadro do paciente. Ele seria uma alternativa?

O uso de implantes hormonais não aprovados pelas autoridades sanitárias não é recomendado, pois não se conhece sua composição, nem as informações farmacocinéticas – como a velocidade de absorção, a eficácia e a segurança das substâncias usadas. Esses implantes podem ter efeitos colaterais semelhantes aos dos anabolizantes e podem ser difíceis de remover em caso de complicações.

10. Pode-se usar anabolizantes desde que com acompanhamento adequado dos efeitos colaterais?

O uso de anabolizantes para fins estéticos está proibido e não tem embasamento científico e não há estudos que atestem a segurança e eficácia para melhora do desenvolvimento esportivo, portanto os profissionais que receitarem não têm embasamento científico para nortear sua prática. Não existe dose segura para anabolizantes, e o acompanhamento dos efeitos colaterais não é suficiente para garantir a segurança do uso dessas substâncias.

(Fonte: Agência Einstein)

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