Veja os destaques do Curto Verde desta terça-feira (18): crescente aumento de plásticos na agricultura contamina o solo e pode ter impacto na saúde humana, constata relatório do Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); estudo revela que o agro brasileiro se articula para parecer sustentável; e as lojas Renner lançam coleção produzida com a técnica de upcycling, a partir do reaproveitamento de peças em desuso ou amostras de tecido.
A 29ª edição do Foresight Brief do PNUMA (*) destaca como os plásticos usados amplamente na agricultura estão contaminando o solo e potencialmente ameaçando a segurança alimentar. Os microplásticos também estão impactando a saúde humana quando transferidos para as pessoas através da cadeia alimentar.
O setor agrícola usa o plástico de forma extensiva como revestimento para fertilizantes, pesticidas e sementes ou camadas de cobertura, onde microplásticos são adicionados de forma intencional.
Com o passar do tempo, os macroplásticos se decompõem e seus fragmentos com menos de 5 milímetros de comprimento penetram no solo. A presença nesse meio pode alterar a estrutura física da Terra e limitar a retenção da água.
A situação pode afetar as plantas, ao reduzir o crescimento das raízes e a absorção de nutrientes. Os aditivos químicos em plásticos que penetram no solo também podem impactar as cadeias de valor dos alimentos e ter implicações na saúde humana.
Mesmo tendo sido banidos em alguns países, os microplásticos continuam a entrar no sistema hídrico por vários outros meios: filtros de cigarro, componentes de pneus e fibras sintéticas de roupas.
Os especialistas dizem que o plástico é barato e fácil de trabalhar, o que dificulta a tentativa de introduzir alternativas. O apelo aos governos é que desencorajem o uso de plásticos na agricultura, tal como acontece na União Europeia desde o início de 2022.
De acordo com o estudo do PNUMA (*), ainda são necessárias mais pesquisas para desenvolver produtos que incluiriam tecidos alternativos que não deixem escapar microplásticos ao solo.
Algumas empresas do setor produtivo rural dizem ser ”agro verde” por adotar hábitos sustentáveis e ter como foco o combate à crise climática, mas um estudo – realizado pela organização não governamental FASE em parceria com o Observatório do Agronegócio do Brasil – revelou que o agro apenas se articula para parecer sustentável.
No relatório, os pesquisadores responsáveis quebram os argumentos usados pelas empresas, que tem pouco ou nenhum controle sobre as cadeias de fornecimento. O estudo chamado de “O Agro não é verde: como o agronegócio se articula para parecer sustentável” é a primeira de uma série de publicações que visa traçar o raio-x do agronegócio no Brasil.
A publicação desmente a falsa premissa de que o agro brasileiro é o mais sustentável do mundo, analisando a recorrência de termos relacionados ao discurso de ambientalização e a incidência das principais organizações do agronegócio brasileiro no debate climático.
No documento também é respondido pelos pesquisadores: “o que é o discurso verde do agronegócio” e “quem opera o lobby verde do agro”. Confira!
A Renner lançou a coleção Re Jeans, produzida com a técnica de upcycling: feita a partir do reaproveitamento de peças em desuso ou amostras de tecido.
No Brasil, a prática é novidade no varejo de moda. A varejista está cada vez mais engajada na causa e fez uma parceria com a design uruguaia Agustina Comas, que é referência em upcycling.
A Renner afirma que 100% das peças em jeans já possuem algum atributo de sustentabilidade. A nova coleção tem 17 peças femininas, com shorts, calça, jaqueta, saia, minissaia e vestido. As peças da Re Jeans estão sendo vendidas pelo e-commerce e nas lojas circulares, localizadas no Rio de Janeiro.
As peças da marca que recebem o selo Re são sustentáveis, o símbolo significa: Moda Responsável.
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