A raiva é a emoção mais poderosa para estimular a ação climática, revela estudo

A raiva se destaca como o indicador emocional mais influente quando alguém planeja participar de um protesto climático, sugerem pesquisas.

Publicado por

Isabella Caminoto

21 de agosto de 2023 16:57

raiva

O estudo, que perguntou a 2.000 adultos noruegueses como eles se sentiam em relação à crise climática, descobriu que o vínculo com o ativismo era sete vezes mais forte para a raiva do que para a esperança.

Os efeitos foram menores para outras ações, mas medo e culpa foram os melhores preditores de apoio político, enquanto tristeza, medo e esperança foram os melhores preditores de mudança comportamental.

Em média, as pessoas relataram ter sentimentos bastante moderados sobre o aquecimento do planeta.

Diante de relatos crescentes de ansiedade climática, psicólogos de todo o mundo estão correndo para entender como os sentimentos das pessoas sobre a destruição da natureza afetam sua saúde mental e comportamento. Mas os poucos estudos para questionar a ligação entre emoções e ações mostraram resultados mistos.

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Incêndios descontrolados, temperaturas recordes, chuvas intensas e devastadoras…as mudanças climáticas, causadas pela humanidade, trazem cada vez mais incertezas no clima. Para tentar se prevenir e mitigar possíveis danos, as pessoas em geral recorrem aos serviços de meteorologia, através dos diversos aplicativos disponíveis. Mas a necessidade de saber a todo momento o que está acontecendo – ou, nesse caso, o que vai acontecer no futuro próximo – está causando outro problema: a ansiedade climática.

Os pesquisadores da Noruega, um rico país exportador de petróleo, descobriram que, para cada dois passos que uma pessoa dá na escala de raiva, ela avança um passo na escala de ativismo. A ligação entre emoção e ação foi mais fraca para questões sobre limitar as emissões na vida cotidiana e apoiar um imposto sobre a gasolina e o diesel.

Quando foi perguntado aos participantes o que os deixava com raiva, os pesquisadores descobriram que a maioria das pessoas mencionou ações humanas, como causar a crise climática ou não conseguir detê-la. Outros 26% disseram que sua raiva estava relacionada a qualidades humanas, como pessoas que não se importam.

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Milhões de pessoas estão experimentando os intensos efeitos da crise climática. A “cúpula de calor” se espalhou pelos EUA, causando enchentes catastróficas que ceifaram vidas e destruíram as plantações dos agricultores. No entanto, apesar do fato de estarem vivendo um desastre climático, a maioria dos americanos não se encolhe de medo ao pensar sobre o futuro de nosso planeta. Há uma razão psicológica para isso.

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.