Bancos vão bloquear empréstimos a frigoríficos que compram gado de áreas desmatadas

Os principais bancos brasileiros assumiram o compromisso de, a partir de 2026, só conceder empréstimos a frigoríficos e matadouros que tenham implementado sistemas de rastreio das suas cadeias de fornecimento para comprovar que não compram gado proveniente de áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia e também no Estado do Maranhão.

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Isabella Caminoto

30 de maio de 2023 12:35

gado

A definição faz parte de uma norma de autorregulação aprovada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que estava em estudo desde o ano passado e que teve o lançamento antecipado pelo jornal Estadão na noite desta segunda (29).

A adesão das instituições financeiras à norma é voluntária. Até agora, 21 bancos assinaram o protocolo, entre eles: Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal

Os bancos que já aderiram à autorregulação terão de exigir dos seus clientes a implementação de um sistema de rastreabilidade e monitoramento até dezembro de 2025. Ou seja, só terá empréstimos dessas 21 instituições financeiras quem cumprir a exigência.

Vale lembrar que a pecuária é hoje a principal atividade rural associada ao desmatamento, e o Brasil, o maior exportador mundial de carne.

A iniciativa de barrar o consumo e comércio de commodities e de outros produtos que tenham causado desmatamento já é uma realidade. A União Europeia (UE) aprovou, neste mês, uma regulação que estipula que os comerciantes terão de verificar se os itens foram produzidos em solo que não sofreu desmatamento ou degradação florestal.

UE aprova lei para comércio ‘livre de desmatamento’

O Conselho Europeu aprovou nesta terça-feira (16) uma nova lei para barrar, na União Europeia (UE), o consumo e comércio de commodities e de outros produtos que tenham causado desmatamento e abusos dos direitos humanos. A regulação estabelece novas regras para a comercialização, na região, de óleo de palma, gado, madeira, café, cacau, borracha e soja, além de produtos derivados como chocolate, móveis e papel impresso.

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A Mata Atlântica sofreu a derrubada de 20.075 hectares (ha) de floresta no período de um ano, entre outubro de 2021 e de 2022, o correspondente a mais de 20 mil campos de futebol. Os dados são do Atlas da Mata Atlântica, pesquisa realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.