Veja os destaques do Curto Verde desta terça-feira (01): levantamento aponta que o Brasil tem maior alta de emissão de gases de efeito estufa em 19 anos; estudo sinaliza que o 1% mais rico da população britânica gerou aproximadamente as mesmas emissões de dióxido de carbono (CO2) em um único ano do que os 10% mais pobres emitiram em mais de duas décadas; estados brasileiros aderem a proibição de sacolas plásticas em comércios; e relatório demonstra que os incêndios na Amazônia estão mais ligados ao uso do fogo em pastagem e ao desmate do que à seca.
O Brasil registrou a maior alta nas emissões de gases de efeito estufa em 19 anos, segundo levantamento do Observatório do Clima divulgado nesta terça-feira (1).
A elevação, de 12,2%, ocorreu em 2021, em relação ao ano anterior, e tem como principal causa o desmatamento. O País tem sido alvo de pressão internacional para conter a recente escalada de destruição da Amazônia, maior floresta tropical do mundo.
Em 2021, o Brasil despejou na atmosfera 2,42 bilhões de toneladas brutas de CO2 equivalente – uma forma de mensurar todos os gases estufa em uma mesma medida. O último aumento dessa monta foi em 2003, quando os dados de desmate bateram o recorde histórico. As emissões de gases estufa subiram 20% naquele ano, conforme o Observatório, que reúne mais de 50 organizações da sociedade civil.
Em novembro de 2021, em Glasgow (Escócia), durante a última Cúpula do Clima, a COP-26, o governo federal se comprometeu a cortar 50% das emissões até 2030, mas avançou pouco no cumprimento dessa meta. A próxima conferência das Nações Unidas sobre o tema será realizada a partir da próxima semana em Sharm el-Sheikh, no Egito.
Um estudo elaborado pela Autonomy (*) – uma organização de pesquisa independente – divulgado nesta terça-feira (1), concluiu que a política climática no Reino Unido está repleta de desigualdade.
O 1% mais rico da sua população gerou aproximadamente as mesmas emissões de dióxido de carbono (CO2) em um único ano do que os 10% mais pobres emitiram em mais de duas décadas. Em outras palavras, levaria 26 anos para uma pessoa de baixa renda no Reino Unido consumir tanto carbono quanto os mais ricos consomem em um único ano.
A Autonomy também descobriu que, se o Reino Unido tivesse começado a tributar as emissões de carbono apenas do 1% mais rico há duas décadas, o esforço poderia ter levantado cerca de 126 bilhões de libras esterlinas até agora, que poderia ser ter sido direcionado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa de maneira equitativa.
O Reino Unido não é o único a ter um abismo tão grande entre os que ganham mais e os que ganham menos em relação às emissões de gases de efeito estufa. As pesquisas apontam para a existência de uma “elite poluidora” cujos estilos de vida têm pouca relação com os da maioria das pessoas. Isso vale para países desenvolvidos e em desenvolvimento, onde os mais pobres tendem a ser responsáveis por uma pequena quantidade de emissões de gases de efeito estufa.
O relatório da Autonomy conclui que, sem nenhum imposto de carbono no Reino Unido, o 1% mais rico tem liberdade para ‘despejar’ quantidades desproporcionalmente grandes de carbono na atmosfera por pouco ou nenhum custo, criando um fardo agora suportado pelo resto da população. Para tornar a economia do Reino Unido mais verde e trazer a mudança que as gerações atuais e futuras precisam desesperadamente, isso deve mudar.
A iniciativa para a retirada do plástico do cotidiano do brasileiro é cada vez mais aderida pelos estados afora. Cerca de 13 capitais brasileiras já regulamentaram a lei que proíbe ou limita o uso de sacolas plásticas em comércios. Recentemente, Manaus aderiu à prática com objetivo de diminuir os prejuízos causados ao meio ambiente, como a poluição de rios e mares e o entupimento das drenagens urbanas.
A tendência não para só nos estados brasileiros, países como China, França, Argentina e Estados Unidos já se adaptaram ao novo formato de cuidar do meio ambiente.
Rafael Costa, diretor de operações Embalixo, explica que “Para conseguirmos que cada dia mais o tema sustentabilidade fique em pauta, é necessário que tanto quanto os comerciantes, a população também busque alternativas sustentáveis. Além disso, procurar empresas que buscam a redução de emissão de carbono de suas fábricas e produtos”.
Alguns comerciantes já buscam por alternativas mais sustentáveis para armazenar as compras de seus clientes. Uma das possibilidades são as sacolas biodegradáveis, que não utilizam polietileno ou polipropileno em sua fórmula e que são fabricadas a partir de materiais renováveis. “Existem empresas, como a Embalixo, cujo foco é a produção de saco para lixo, mas tendo em vista a necessidade de varejistas, produzindo sacolas de frente de caixa de supermercados sustentáveis e feitas de zero plástico”, conta Costa.
Segundo ele, a companhia é responsável pela fabricação do primeiro saco para lixo com zero emissão de carbono. “É importante para o país atingir a meta de zerar a emissão de carbono — que consegue provocar graves desequilíbrios no planeta Terra — e, para tanto, todas as empresas precisam se aliar a esse processo. Por isso, em 2022, toda a energia da fábrica da Embalixo passou a ser gerada por fonte renovável e sua sede administrativa hoje conta com 100% de energia solar”, finaliza.
Um estudo brasileiro mostra que o uso descontrolado do fogo pelo homem tem mais influência do que a seca nas queimadas registradas em toda a Amazônia entre os anos de 2003 e 2020. Segundo os autores, a maioria dos períodos com alto número de focos de incêndios está mais relacionada com as queimadas agrícolas e com o desmatamento do que com as condições de seca extrema.
Em média, 32% das áreas queimadas anualmente no bioma foram em terras agrícolas (dominadas por pastagens), seguidas por campos naturais (29%) e áreas de florestas maduras (16%). Ao avaliar o desmatamento e as anomalias de déficit hídrico, o primeiro fator contribuiu mais do que o segundo para os incêndios no período analisado.
O relatório contou com a participação de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O artigo é parte de uma edição especial da revista científica Global Ecology and Biogeography que visa discutir a crescente ameaça de incêndios florestais no mundo.
Atualmente, o Brasil voltou a ter um elevado número de queimadas na Amazônia – o acumulado dos 9 primeiros meses deste ano, especialmente em agosto e setembro, foi o pior desde 2010, quando ocorreram 102.409 focos, de acordo com dados do Programa Queimadas, do Inpe. Simultaneamente, a partir de 2019, as taxas de desmatamento no bioma têm atingido os maiores patamares desde 2009, excedendo anualmente 10 mil km² de florestas desmatadas. A tendência vem se mantendo neste ano de acordo com os alertas do sistema DETER.
(Fonte: FAPESP e Estadão Conteúdo)
O Curto Verde é um apanhado diário do que você precisa saber sobre meio ambiente, sustentabilidade e demais temas ligados à nossa sobrevivência e do planeta.
(🚥): pode exigir registro e/ou assinatura
(🇬🇧): conteúdo em inglês
(*): conteúdos em outros idiomas são traduzidos pelo Google Tradutor
Este post foi modificado pela última vez em %s = human-readable time difference 14:41
O Google DeepMind acaba de anunciar uma parceria estratégica com a Apptronik, uma empresa de…
Uma equipe de pesquisadores de 20 laboratórios diferentes acaba de apresentar o Genesis, um motor…
O Google acabou de lançar o que está chamando de um novo modelo de inteligência…
A GitHub, de propriedade da Microsoft, acaba de anunciar um nível gratuito de seu Copilot…
A OpenAI acaba de lançar uma nova maneira surpreendente de acessar o ChatGPT - através…
O Google DeepMind acaba de lançar o FACTS Grounding, um novo benchmark projetado para avaliar…