Cágado-rajado está ameaçado em extinção por hidroelétricas

Espécie endêmica da Mata Atlântica e dos Pampas, o cágado-rajado está ameaçado pela expansão das instalações de barragens de usinas hidrelétricas no Sul do país.

Publicado por
Danielly Oliveira

Um estudo publicado na última terça-feira (27/06) na revista Journal of Applied Ecology revela que a expansão das instalações de barragens nos estados do sul do Brasil aumenta o risco de extinção do cágado-rajado, espécie de cágado de água doce endêmica da Mata Atlântica e dos Pampas, na América do Sul.

No pior cenário previsto, o cágado-rajado perderá quase 35% em distribuição geográfica, apontam pesquisadores das universidades federais dos estados de Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, da UNESP Rio Claro e de organizações do terceiro setor.

A pesquisa leva em consideração a perda de área de provável habitat e a quebra de conectividade entre as populações da espécie que se distribuem ao longo dos rios. O trabalho também indica que o status de conservação da espécie seja alterado para “vulnerável” no Brasil, o que pode impactar sua situação na Argentina, Paraguai e Uruguai, países onde o cágado-rajado está classificado como “em perigo”.

Hidroelétricas e a extinção do cágado-rajado

Para avaliar o impacto das barragens localizadas em regiões com presença do cágado-rajado, os pesquisadores levaram em consideração dois critérios: a perda de área de provável habitat da espécie e a quebra de conectividade entre as populações de cágado-rajado que se distribuem ao longo dos rios.

O trabalho revela o padrão geral dos impactos cumulativos dos empreendimentos sobre a distribuição da espécie. Segundo os autores, os resultados têm alto potencial de aplicação para subsidiar tomadas de decisão relacionadas à expansão da matriz hidrelétrica.

“Acredito que a publicação deste estudo é uma importante contribuição para a conservação do cágado-rajado”, explica André Regolin, biológo e um dos autores do trabalho.

De acordo com o estudo, as grandes usinas hidrelétricas têm os maiores impactos no cenário atual. No entanto, há ainda um alto número de pequenas centrais hidrelétricas planejadas que, se construídas, aumentarão mais de 50% da área impactada por este tipo de empreendimento, porque são projetadas para regiões consideradas pelos pesquisadores como sendo de alta e moderada prioridade de conservação.

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Danielly Oliveira

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