Veja os destaques do Curto Verde desta segunda-feira (12): um dia após o Dia Nacional do Cerrado, o Curto traz algumas informações sobre o segundo maior bioma brasileiro, buscando explicar a importância da sua preservação; nova ferramenta visa auxiliar a detecção de áreas desmatadas no Cerrado; e na Europa, o aumento dos custos de energia pode ameaçar o futuro dos carros elétricos.
O Dia Nacional do Cerrado foi celebrado neste domingo (11) e o Curto Verde reuniu algumas informações sobre ele, buscando promover maior reflexão a respeito da importância da sua preservação.
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e do Brasil, só perdendo para a Floresta Amazônica. Ele é considerado o berço das águas brasileiras, abrigando nascentes de importantes rios como o São Francisco e Tocantins. Tem como característica uma vegetação rasteira, composta em maioria por árvores de pequeno porte, arbustos e gramíneas.
O bioma é responsável por fornecer água e energia para grande parte do Brasil, além de ser um importante depósito natural de carbono.
Infelizmente, o Cerrado é, também, o bioma brasileiro que mais tem sofrido com o crescente e acelerado desmatamento.
Nos últimos 10 anos, o avanço da fronteira agrícola para a produção de commodities (mercadorias primárias produzidas em larga escala que fornecem matéria-prima para diferentes setores da produção industrial global), como soja, gado, milho e algodão, foi o principal responsável pela sua devastação. Ao longo da história, o Cerrado já perdeu metade de sua vegetação original. (WWF-Brasil)
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Com algoritmos avançados para detecção de desmatamento, o Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado) será lançado em plataforma virtual aberta nesta segunda-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), em parceria com a rede MapBiomas e com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), da Universidade Federal de Goiás (UFG).
O SAD Cerrado detectou mais de 50 mil alertas em 2022, totalizando 472,8 mil hectares desmatados até o dia 31 de julho. Somente no último trimestre, houve um aumento de 15% na área desmatada no bioma em relação ao mesmo período do ano passado: foram 291,2 mil hectares derrubados, entre maio e julho de 2022, contra 253,4 mil hectares desmatados nesses mesmos meses de 2021.
“Devido à heterogeneidade das paisagens e à sazonalidade da vegetação, o monitoramento do desmatamento no Cerrado sempre foi muito desafiador. Áreas de vegetação nativa exuberantes na época de chuva podem perder todo o seu vigor na seca, se assemelhando a áreas desmatadas. Além disso, áreas afetadas pelas frequentes queimadas no bioma podem ser confundidas com desmatamento. Nesse contexto, o uso de inteligência artificial e imagens de satélite de alta resolução permitem detectar áreas desmatadas com maior detalhamento e acurácia”, explica Juan Doblas, pesquisador no IPAM responsável pelo SAD Cerrado.
A intenção é que o sistema forneça alertas de desmatamentos maiores de 1 hectare, atualizados mês a mês, considerando todos os tipos de vegetação nativa do Cerrado.
Pesquisadores entendem que o SAD Cerrado pode se constituir em uma ferramenta complementar a outros sistemas de alerta de desmatamento no bioma, como o DETER Cerrado, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), otimizando o processo de detecção em contextos visualmente complexos no bioma.
Acesse a plataforma virtual do SAD Cerrado e saiba mais.
Chefes da indústria automobilística alemã dizem que os altos custos de energia estão afetando a produção e as vendas de veículos elétricos. Além do aumento no preço da eletricidade, eles também citam a disponibilidade de matérias-primas, a escassez de peças e a redução generalizada da renda como fatores de grande impacto na produção e venda de carros elétricos. (The Guardian*)
Vale lembrar que os carros elétricos são uma grande aposta para tornar o setor de transporte mais sustentável, com opções de veículos com baixa emissão de carbono.
Até então, os carros elétricos eram atrativos à medida que o custo da gasolina aumentava. No entanto, com os recentes aumentos nos preços da eletricidade, essa diferença diminuiu. Proprietários desses veículos viram um aumento de 10% no custo de carregamento dos carros – seja em casa ou por meio de contratos com operadoras que realizam esse serviço.
Esperam-se novos aumentos nos preços, já que o preço da eletricidade está ligado ao do gás – que se tornou cada vez mais escasso desde que a Rússia interrompeu seu fornecimento à Alemanha há quase duas semanas.
“Se os carros elétricos se tornarem mais caros de usar, o aumento da mobilidade elétrica corre o risco de entrar em colapso, porque quase ninguém vai comprar um carro elétrico”, disse o economista automotivo Stefan Bratzel ao The Guardian.
O Curto Verde é um apanhado diário do que você precisa saber sobre meio ambiente, sustentabilidade e demais temas ligados à nossa sobrevivência e do planeta.
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