O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse nesta terça-feira (15) que a política ambiental deve ser baseada na geração de emprego verde, e não em uma redução de emissões de gases de efeito estufa "extremamente forçada" durante discurso na Conferência do Clima da ONU (COP27), em Sharm el-Sheik, no Egito. O titular da pasta no governo Bolsonaro também criticou o uso de jatinhos, em referência ao presidente eleito Lula, e afirmou que o mundo não será salvo pelos "caridosos".
Bolsonaro não participa da COP27, mas Lula foi ao Egito em seu primeiro compromisso no exterior após o resultado das eleições. A visita tem sido acompanhada com atenção pela comunidade internacional, que espera uma guinada nas políticas de proteção da Amazônia após quatro anos de enfraquecimento da política ambiental durante a gestão Bolsonaro. O petista, porém, tem sido alvo de críticas por ter feito a viagem a bordo da aeronave de um empresário. (Curto News)
“Filantropos, líderes e empresários e seu sempre exagerado número de assessores vieram em jatos particulares ao luxuoso balneário do Mar Vermelho para cobrar metas de redução de emissões dos outros, sugerindo carros ultramodernos a hidrogênio ou 100% elétricos, completamente desconexos da realidade de diversas regiões do Brasil e do mundo”, criticou Leite, em discurso no evento da ONU.
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) negou que o empresário José Seripieri Júnior tenha emprestado a aeronave para Lula. “O proprietário está indo junto para COP. Não tem empréstimo. Estão indo juntos no mesmo avião. Estão indo mais pessoas: ex-governador, lideranças políticas, ambientais, todos juntos”, disse Alckmin nesta segunda (14).
Leite também voltou a atacar parcerias com ONGs de ação na área ambiental, uma das tônicas do discurso de Bolsonaro sobre o setor nos últimos quatro anos. “Diferente dos governos anteriores, onde o foco era enviar recursos somente para ONGs, nos últimos anos implementamos políticas junto como setor privado para dar escala a uma nova economia verde com objetivo de neutralidade climática até 2050”, afirmou. “O mundo não será salvo pelos caridosos, mas pelos eficientes”.
Em 2019, o governo federal colocou sob suspeita as parcerias com ONGs firmadas via Fundo Amazônia, programa que recebe doações da Noruega e da Alemanha para ações de preservação do bioma. Diante das críticas e mudanças por parte da gestão Bolsonaro, os europeus interromperam as doações. Na época, a área ambiental era comandada por Ricardo Salles, que saiu do cargo em 2021.
Após a vitória de Lula, os dois países sinalizaram que vão retomar os repasses de verba para o fundo. Durante a conferência climática, o petista e sua comitiva – especialmente a ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva (Rede) – têm organizado encontros com autoridades de outros países para costurar novas alianças na área climática.
(Com Estadão Conteúdo)
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