Os documentos divulgados nesta terça (8), durante o 3º dia da COP27, apontam que os países em desenvolvimento precisam de mais de US$ 2 trilhões por ano para enfrentar as mudanças climáticas e que a neutralidade do carbono é totalmente incompatível com o investimento sustentado em combustíveis fósseis.
Os países em desenvolvimento e emergentes – exceto a China – precisarão de mais de 2 trilhões de dólares por ano para financiar o combate à mudança climática, afirma um relatório solicitado pela presidência da COP27 e divulgado nesta terça-feira (8). Quase metade do valor deve ser liberado por investidores externos. (The Guardian*)
Os investimentos nos mercados emergentes e países em desenvolvimento – excluindo a China – devem servir para “reduzir as emissões, reforçar a resiliência, enfrentar as perdas e danos provocadas pela mudança climática e restaurar a terra e a natureza”, afirma o relatório de especialistas encomendado pela presidência egípcia da COP27 e a presidência britânica da COP precedente.
O valor total necessário para os objetivos deve alcançar 2,4 trilhões de dólares por ano até 2030, afirma o documento publicado no terceiro dia da 27ª conferência internacional sobre o clima.
Do total, aproximadamente US$ 1 trilhão deve proceder de investidores internacionais, de países desenvolvidos ou instituições multilaterais. O restante sairia das próprias economias desses países, de fontes privadas ou públicas.
As empresas que reivindicam um compromisso com a neutralidade de carbono não podem continuar investindo em combustíveis fósseis, causar desmatamento ou “compensar” as emissões em vez de reduzi-las, disse um duro relatório de especialistas da ONU nesta terça-feira (8).
“A neutralidade do carbono é totalmente incompatível com o investimento sustentado em combustíveis fósseis”, explicou o relatório, encomendado pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que pediu o fim do “engano tóxico” que essas práticas acarretam.
Os especialistas querem, assim, colocar um limite ao chamado “greenwashing” usado por empresas, cidades e países.
Vale lembrar que “greenwashing” consiste em uma prática de promover discursos, anúncios, propagandas e campanhas publicitárias com características ecologicamente/ambientalmente responsáveis, sustentáveis, verde, “eco-friendly”, etc. Todavia, na prática, tais atitudes não ocorrem. Por esse motivo, o “greenwashing” tem a intenção de criar uma falsa aparência de sustentabilidade, induzindo o consumidor ao erro, uma vez que, ao comprar o produto ou serviço, ele acredita que está contribuindo para a causa ambiental.
De acordo com as promessas de descarbonização dos últimos meses, 90% da economia global está coberta por algum tipo de promessa de neutralidade de carbono, segundo o site especializado Net Zero Tracker.
“É muito fácil anunciar que você será neutro em carbono até 2050. Mas é preciso entregar, e o que vimos não é ação suficiente”, disse Catherine McKenna, ex-ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Canadá e chefe do painel de especialistas.
“Temos que fazer duas coisas para chegar a zero carbono: reduzir drasticamente as emissões” de gases de efeito estufa “e investir em energia limpa”, disse à AFP.
No momento, afirmou, é “extremamente difícil” avaliar adequadamente se as empresas estão cortando emissões e pediu maior transparência.
(com AFP)
A Conferência Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as mudanças climáticas – COP27 – começou no último domingo (6), no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh. A COP é o grande evento anual da ONU cujo objetivo é discutir ações que visam o enfrentamento das mudanças climáticas.
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