Crise climática está relacionada com o aumento da violência doméstica, diz estudo

À medida que ondas de calor mortais varrem cidades da Índia, China, Estados Unidos e Europa em meio à crise climática, uma nova pesquisa descobriu que a elevação das temperaturas está associada a um aumento substancial da violência doméstica contra as mulheres.

Publicado por
Isabella Caminoto

Um estudo publicado na JAMA Psychiatry nesta quarta-feira (28) constatou que um aumento de 1°C na temperatura média anual está relacionado a um aumento de mais de 6,3% nos incidentes de violência doméstica em três países do sul da Ásia.

A pesquisa rastreou 194.871 meninas e mulheres de 15 a 49 anos da Índia, Paquistão e Nepal entre 2010 e 2018, e suas experiências relatadas de violência emocional, física e sexual. Ele comparou esses dados com as flutuações de temperatura no mesmo período. 

A Índia, que dos três países já tinha as taxas mais altas de violência, também teve o maior aumento constatado: com uma elevação de 1°C no calor, houve um aumento de 8% na violência física e de 7,3% na violência sexual.

Michelle Bell, professora de saúde ambiental na Universidade de Yale e coautora do estudo, disse que havia “muitos caminhos potenciais, tanto fisiológicos quanto sociológicos, pelos quais a temperatura mais alta poderia afetar o risco de violência”. 

O calor extremo pode levar à quebra de safras, comprometer a infraestrutura, corroer as economias, prender as pessoas dentro de casa e impossibilitá-las de trabalhar – todos fatores que podem colocar as famílias sob estresse extremo e aumentar os índices de violência. Os pesquisadores descobriram que, embora houvesse um aumento da violência relacionado ao calor em todos os grupos de renda, os maiores aumentos ocorreram entre as famílias de baixa renda e rurais.

O estudo da Fudan University, em Xangai, se soma a um crescente corpo de pesquisa que mostra como o aumento das temperaturas pode alimentar um mundo mais violento, especialmente para as mulheres.

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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