A aprovação da resolução que declara o meio ambiente saudável como um direito humano, o batismo da Zoe, o papel dos seres humanos na formação das ondas de calor e a licença prévia que autoriza a reconstrução da BR-319 são os destaques de hoje do Curto Verde.
Estrada na Amazônia - Fonte: A. Duarte/Flickr
A Assembleia Geral das Nações Unidas, em votação na última quinta-feira (28), aprovou resolução que declara o meio ambiento limpo, saudável e sustentável como um direito humano.
Após a aprovação da resolução, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que o documento demonstra que os Estados Membros podem se unir na luta coletiva contra a tripla crise planetária de mudança climática, perda da biodiversidade e poluição.
Em nota oficial, Guterres ressalta que a decisão ajudará a reduzir as injustiças ambientais, preencher as lacunas de proteção e capacitar as pessoas, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade, incluindo defensores de direitos humanos ambientais, crianças, jovens, mulheres e povos indígenas (United Nations*).
O Chefe da ONU, apelou ainda aos Estados para que tornem o direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável uma realidade para todos, em todos os lugares.
A resolução aprovada não é juridicamente vinculativa para os 193 Estados Membros da ONU. Contudo, os seus defensores esperam que estimule os países a consolidarem o direito a um meio ambiente saudável em suas legislações nacionais. (PNUMA*).
A intensa onda de calor que tem afetado diversos países da Europa nas últimas semanas recebeu um nome oficial na Espanha: Zoe (CNN).
O serviço meteorológico de Sevilha, na Espanha, criou sistema similar ao utilizado pelo mundo para nomear furacões, chamado de proMETEO Sevilha.
O programa piloto de classificação atribui o grau de “categoria 3” à onda de calor que atinge os europeus, o mais severo no novo sistema de classificação (G1).
Especialistas relatam que as temperaturas estão esquentando mais rápido do que suas ferramentas podem calcular.
Cientistas de diversos países colaboraram para avaliar até que ponto as mudanças climáticas induzidas pelo homem alteraram a probabilidade e a intensidade da onda de calor excepcional que afetou grande parte do Reino Unido.
O projeto World Weather Attribution realizou uma análise que concluiu que o fenômeno foi pelo menos dez vezes mais provável devido às mudanças climáticas causadas pelos humanos (World Weather Attribution*).
O projeto, contudo, considerou suas descobertas subestimadas, justificando que as ferramentas disponíveis para os cientistas possuem limitações e estão criando um ‘ponto cego’ na definição do papel que os seres humanos estão desempenhando para a ocorrência das ondas de calor (CNN*).
Nesta quinta-feira (28), o Ibama emitiu uma licença prévia para a reconstrução do trecho do meio da rodovia BR-319, no Amazonas.
O anúncio foi feito pelo ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, nas redes sociais.
A rodovia é a única ligação terrestre do Amazonas com as demais regiões do Brasil.
Especialista ambientais, contudo, afirmam que a pavimentação da estrada permitiria que madeireiros ilegais e grileiros acessassem mais facilmente áreas remotas e relativamente intocadas da floresta, o que ameaça aumentar o desmatamento (The Guardian*).
Um estudo desenvolvido pelo CPI (Climate Policy Initiative)/PUC-Rio, junto ao projeto Amazônia 2030, concluiu que o projeto de reconstrução resultaria em um aumento de cinco vezes no desmatamento até 2030, o equivalente a uma área maior que todo o estado de São Paulo (Folha de S. Paulo)🚥.
Bolsonaro comemorou a concessão da licença prévia em suas redes sociais.
Curto Verde é um apanhado diário do que você precisa saber sobre meio ambiente, sustentabilidade e demais temas ligados à nossa sobrevivência e do planeta.
Foto no topo: A. Duarte/Flickr
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