A aprovação, pelo Senado norte-americano, do maior pacote de combate às mudanças climáticas da história do país, o crescimento do desmatamento no Cerrado e na Amazônia, um relatório da OCDE expõe que os países pobres receberam só 8% do financiamento climático prometido pelas nações mais ricas e o projeto do “MIT da Amazônia” são os destaques.
Neste domingo (07), após uma longa sessão de debates, o Senado dos Estados Unidos aprovou um pacote que inclui o maior o investimento climático individual da história do país (Um Só Planeta).
O pacote de gastos climáticos e de saúde agora segue para aprovação na Câmara norte-americana, de maioria democrata.
Se virar lei, o projeto, formalmente conhecido como Lei de Redução da Inflação, destinaria 369 bilhões de dólares para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e investir em fontes de energia renováveis. (The Guardian*)
O pacote vai proporcionar um investimento bilionário em segurança climática e energética que deve reduzir as emissões de gases de efeito estufa dos Estados Unidos em cerca de 40% até 2030 (em comparação com o ano base de 2005).
Veja a reação do senador democrata Chris Coons à aprovação:
De acordo com o Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Cerrado teve 4.091,6 km² desmatados entre o início de janeiro e o fim de julho de 2022.
Esse número representa um aumento de 28,2% em relação ao registrado nos sete primeiros meses do ano passado e é o maior acumulado para o período nos últimos quatro anos.
Já a Amazônia, por sua vez, registrou um acumulado de alertas de desmatamento nos sete primeiros meses do ano de 5.463,2 km². Isso representa um crescimento de 7,1% em relação ao mesmo período em 2021 e indica o maior acumulado entre janeiro e julho nos últimos seis anos.
Considerando o “ano Deter”, que contabiliza de agosto de 2021 a julho de 2022, o acumulado total de alertas de desmatamento foi de 8.579,3 km² e, – apesar do montante representar uma redução de 2,3% em relação ao mesmo período do ano anterior (8.780 km²) – trata-se do terceiro pior ano desde o lançamento do Deter-B, em 2015. (WWF)
O mais recente relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE🇬🇧), aponta que os países desenvolvidos não cumpriram a promessa de destinar, a partir de 2020, 100 bilhões de dólares por ano para auxiliar as nações mais pobres a reduzirem emissões e se prepararem para os efeitos do aquecimento global.
A OCDE divulgou que o aporte feito em 2020 foi de cerca de 83,3 bilhões de dólares, portanto, abaixo dos 100 bilhões de dólares que tinham sido prometidos em 2009 durante a COP15, em Copenhague.
Na verdade, o documento aponta que cerca de 70% deste dinheiro foi distribuído através de empréstimos e não doações – e menos de um décimo do recurso foi destinado para quem mais precisa. A Ásia recebeu 42% do aporte, enquanto África ficou com 26% e as Américas com 17%.
De acordo com o relatório, os países de renda baixa – os que mais necessitam do financiamento – receberam apenas 8% do valor destinado ao fundo até agora.
Com o intuito de impulsionar a busca por conhecimento e tecnologia na Amazônia, pesquisadores brasileiros vêm desenvolvendo um projeto inspirado no MIT (Massachussets Institute of Technology, dos Estados Unidos) para criar o AmIT (Instituto de Tecnologia da Amazônia), que pretende ser um centro de pesquisa e formação destinado a focar nas necessidades e riquezas da região.
A iniciativa busca reunir conhecimento internacional sobre o bioma em um grande centro de inovação, visando contribuir com o desenvolvimento socioeconômico e melhoria da qualidade de vida da população amazônica, mas não tem o intuito de ser apenas uma universidade.
O instituto pretende fixar sedes em todos os países amazônicos e criar profissões, pesquisas e tecnologias exclusivamente voltadas para o universo da floresta e sua população de cerca de 50 milhões de pessoas. (Um Só Planeta)
A previsão é que o “MIT da Amazônia” esteja funcionando até 2031.
Confira a apresentação do Pré-Estudo de Viabilidade para o AmIT:
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Foto de destaque: AFP
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