O desmatamento na Amazônia entre agosto de 2021 e julho deste ano chegou a 11.568 km², segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A queda é de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os quatro anos de governo Bolsonaro, porém, tiveram alta de 59,5% na destruição, na comparação com os quatro anos anteriores, nas gestões de Dilma Rousseff e Michel Temer, conforme cálculo feito pelo Observatório do Clima com base nos dados oficiais.
É a maior alta porcentual num mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988.
Bolsonaro superou até mesmo a alta vista no primeiro governo FHC, quando o aquecimento da economia no início do Plano Real causou o maior desmate da série histórica, de 29 mil km², em 1995. A média anual sob Bolsonaro foi de 11.396 km², ante 7.145 km² no período anterior (2015-2018).
Os Estados do Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia correspondem a 87,89% do desmate estimado pelo Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), do Inpe.
Os dados de 2022 revelam uma explosão do desmatamento no Amazonas, o único a ter aumento no corte raso neste ano. Foram derrubados 2.607 km², incremento de 13% em relação a 2021. O Pará, mesmo com a redução de 21%, ainda lidera o ranking, com 4.141 km² perdidos em 2022.
O Prodes considera como desmate a remoção completa da cobertura florestal primária por corte raso ou o estágio final de uma degradação progressiva da floresta em que há a perda completa do dossel, independentemente da futura utilização destas áreas. O Prodes é responsável pelos balanços oficiais de desmatamento.
Na Cúpula do Clima realizada neste mês no Egito, a COP27, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu o desmatamento zero como uma das metas da nova gestão. A expectativa da comunidade internacional é que o Brasil dê uma guinada na política ambiental nos próximos anos.
A equipe técnica do governo eleito trabalha com uma lista de prioridades na área ambiental, na tentativa de estancar os efeitos de curto prazo de medidas tomadas pelo governo Bolsonaro.
(Com Estadão Conteúdo)
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