Confira alguns destaques desta quarta-feira (16) no 10º dia da Cúpula do Clima (COP27) no Egito. Tivemos o tão esperado discurso do presidente eleito Lula e um pedido de ações pela proteção da biodiversidade.
Nesta quarta-feira (16), o assunto do dia na COP27 foi o debate sobre biodiversidade.
Vale lembrar que, no próximo mês, as Nações Unidas vão realizar uma COP voltada apenas para biodiversidade – a COP15, que acontecerá no Canadá.
Quatro dos principais arquitetos do Acordo de Paris, incluindo a ex-chefe de mudanças climáticas da ONU, Christiana Figueres, pediram oficialmente aos líderes mundiais que entregassem um acordo de biodiversidade global ‘ambicioso e transformador’ na próxima COP15 sobre biodiversidade.
“As agendas do clima e da natureza estão interligadas… Somente tomando medidas urgentes para deter e reverter a perda da natureza nesta década, enquanto continuamos a intensificar os esforços para descarbonizar rapidamente nossas economias, podemos esperar alcançar a promessa do Acordo de Paris,” eles disseram em um comunicado (🇬🇧).
Um dos grandes destaques desta quarta-feira (16) foi o discurso do presidente eleito.
Em suas redes sociais, o jornalista Patrick Greenfield – do jornal britânico The Guardian – relatou que a fala de Lula era uma das mais esperadas e que, mais cedo, uma multidão se reuniu na sala onde governadores da Amazônia entregaram ao presidente eleito um documento chamado Carta da Amazônia: uma agenda comum para a transição climática. “Diplomatas de alto escalão, chefes de ONGs e a mídia mundial lotam o evento tentando ver de relance o presidente brasileiro eleito quando ele chegar”, disse ele.
Entre os diversos temas abordados, Lula afirmou que o mundo precisa, urgentemente, de um mecanismo financeiro de perdas e danos para enfrentar as consequências da mudança climática.
“Precisamos, com muita urgência, de mecanismos financeiros para remediar as perdas e os danos causados pela mudança climática. Não podemos mais adiar esse debate”.
Lula também foi enérgico sobre a promessa feita pelos países mais ricos, e ainda não cumprida, de repassar US$ 100 bilhões anuais aos países em desenvolvimento, a partir de 2020, para ajudá-los a se adaptar aos efeitos da mudança climática e a reduzir suas emissões. Esse valor foi prometido na COP15, em Copenhague, em 2009.
Além disso, o presidente eleito propôs uma aliança mundial de combate à insegurança alimentar e a fome e falou sobre uma candidatura brasileira para sediar uma COP em 2025. Saiba mais sobre o discurso de Lula em:
Depois que o vazamento do texto preliminar do acordo do G20 deste ano, divulgado nesta terça-feira (15) pelo jornal The Guardian*, causou decepção, pois atenuava os termos sobre financiamento para adaptação climática e não mencionava a data de 2023 para o pagamento dos esperados US$ 100 bilhões por ano. O grupo publicou um comunicado (*) na manhã desta quarta (16) – durante a reunião em Bali, na Indonésia – que ofereceu certo alívio:
“Observando as avaliações do IPCC de que o impacto da mudança climática será muito menor com um aumento de temperatura de 1,5°C em comparação com 2°C, decidimos prosseguir com os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C. Isso exigirá ações e comprometimento significativos e eficazes de todos os países”.
Mais tarde, foi divulgada a Declaração Final do G20, onde os líderes concordaram em buscar esforços para limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5°C, incluindo a aceleração das ações para reduzir gradualmente o uso de carvão.
Também nesta quarta-feira (16), organizações brasileiras que participam da COP27, lançaram a Coalizão Energia Limpa, um movimento que defende a transição energética socialmente justa e livre do gás natural.
O grupo é formado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), Instituto Internacional Arayara, Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), ClimaInfo e Instituto Pólis.
O lançamento da coalizão aconteceu durante painel no Brazil Climate Action Hub, espaço montado pela sociedade civil brasileira na cúpula climática para apresentar propostas que ajudem o país e o mundo a implementarem as mudanças necessárias para uma economia de baixo-carbono.
Nesta quinta-feira (17), o debate será sobre soluções para o clima.
A Conferência Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as mudanças climáticas – COP27 – começou no último domingo (6), no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh. A COP é o grande evento anual da ONU cujo objetivo é discutir ações que visam o enfrentamento das mudanças climáticas.
Leia também:
(🚥): pode exigir registro e/ou assinatura
(🇬🇧): conteúdo em inglês
(*): conteúdos em outros idiomas são traduzidos pelo Google Tradutor
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