As emissões de CO2 de combustíveis fósseis atingirão níveis nunca vistos em 2022, segundo o relatório do Global Carbon Project divulgado nesta sexta-feira (11) na conferência do clima da ONU (COP27). A alta prevista é de 1% em relação a 2021. Esse é um dado alarmante, segundo cientistas, e demonstra que a comunidade internacional não tem honrado a promessa de reduzir as emissões de CO2, condição essencial para que o planeta não ultrapasse a alta de 1,5ºC de temperatura média em relação à era pré-industrial.
Apenas 30 países atualizaram suas metas para reduzir ainda mais suas emissões antes da reunião da COP27, apesar do compromisso mútuo acordado há um ano.
A ONU, por sua vez, anunciou nesta sexta-feira um programa de satélite de detecção e alerta do espaço para tentar conter as emissões de metano, um gás de efeito estufa muito poderoso. Os satélites poderão identificar grandes vazamentos desse gás para que governos e empresas possam reagir rapidamente.
Aliviado com os resultados eleitorais em seu país, Joe Biden discursará hoje na COP27 diante de delegados de quase 200 países, engajados em negociações difíceis para os países desenvolvidos, com os Estados Unidos à frente.
Os países em desenvolvimento exigem em Sharm el Sheikh a aprovação de um fundo para “perdas e danos” devido às mudanças climáticas.
O assunto foi finalmente incluído na agenda da conferência, que termina em 18 de novembro. Mas oficialmente os países da COP ainda têm dois anos para continuar negociando.
Biden permanecerá apenas algumas horas neste balneário egípcio à beira do Mar Vermelho, para o discurso e uma reunião bilateral com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sissi.
Sua intenção é lembrar que em agosto assinou uma lei de transição energética e medidas climáticas de US$ 370 bilhões.
Um alto funcionário do governo dos Estados Unidos garantiu que Biden também chega com a intenção de anunciar um novo corte nas emissões dos EUA de até 52% em 2030, em comparação com os níveis de 2005.
Em meio à crise energética, e com quase todos os indicadores climáticos no vermelho, as finanças dominam as negociações da COP27.
A Colômbia informou na quinta-feira que sua estimativa de perdas e danos anuais devido ao clima é da ordem de US$ 4,3 bilhões.
Outra discussão também foi aberta: como atualizar a quantia de US$ 100 bilhões por ano que os países ricos prometeram destinar às nações pobres, basicamente para mitigar suas emissões de gases e adaptação à nova realidade.
O valor foi prometido em 2009, para 2020. Dois anos depois do prazo, foi cumprido apenas parcialmente.
O principal emissor de CO2 do planeta, a China, mantém uma posição cautelosa, entre sua aliança com o grupo de países em desenvolvimento (G77, que agrupa 134 países) e seu status de segunda maior economia do planeta.
O presidente chinês Xi Jinping não participou da COP27. Embora as relações com os Estados Unidos estejam muito frias, Xi e Biden se encontrarão durante a cúpula do G20 na próxima semana na Indonésia.
(Com AFP)
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