Emissões de navios podem ser reduzidas pela metade sem prejudicar o comércio, aponta pesquisa

As emissões de gases de efeito estufa do transporte marítimo podem ser reduzidas entre um terço e metade até 2030 sem prejudicar o comércio, segundo um novo relatório da consultoria CE Delft. As emissões do transporte marítimo representam cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, e há poucas alternativas ao óleo diesel barato, pesado e sujo usado pelos navios.

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Isabella Caminoto

De acordo com o relatório (🇬🇧), divulgado pelo The Guardian, a redução das emissões no transporte marítimo poderia ser feita usando técnicas já disponíveis e apostando em tecnologias inovadoras como o hidrogênio.

Existem formas de utilizar os navios movidos a petróleo de forma mais eficiente, incluindo uma melhor manutenção dos motores, redução das velocidades ou otimização das velocidades às condições do mar. Os navios podem ser equipados com formas modernas de velas ou tecnologias “assistidas ao vento” que aliviam parte da tensão dos motores quando o vento está forte.

Se essas medidas fossem usadas, e outros 5-10% do transporte marítimo começassem a usar combustíveis experimentais, como hidrogênio, biocombustíveis ou formas de eletrificação com baterias solares, as emissões do uso de combustível poderiam ser reduzidas entre 36% e 47% dentro do próxima década, em comparação com os níveis de 2008.

Como forma de estimular o setor a adotar tecnologias de corte de emissões, a Organização Marítima Internacional, divisão da ONU que governa o transporte marítimo global, se reunirá durante duas semanas em Londres, a partir desta segunda-feira (26/06), para negociações sobre descarbonização e a possibilidade de uma nova taxa de até US$ 100 por tonelada de carbono produzido por navios.

Uma taxa de embarque foi discutida por quase 40 líderes mundiais e chefes de instituições financeiras globais na semana passada em Paris, durante a cúpula para um novo pacto de financiamento global, organizada pelo presidente francês Emmanuel Macron. Países desenvolvidos e em desenvolvimento são a favor de um imposto, cujas receitas iriam para o fundo “perdas e danos”, para ajudar as nações que sofrem os estragos causados por eventos climáticos extremos.

Segundo estimativas do Banco Mundial, um imposto sobre o carbono na navegação poderia arrecadar de US$ 50 bilhões a US$ 60 bilhões por ano.

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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